10t de cocaína, da prisão para as ruas
Depois de mais de 20 dias debruçados sobre a contabilidade da quadrilha do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, apreendida durante a Operação Fênix, policiais federais descobriram que o bandido, mesmo preso na Penitenciária Federal de Campo Grande, considerada de segurança máxima, chegava a vender até dez toneladas de cocaína por mês. Os recursos obtidos com a venda, ainda segundo levantamento da PF, eram aplicados principalmente em empresas, imóveis e carros.
Foram identificados duas empresas, 15 casas e 19 veículos em nome de pessoas supostamente usadas como laranjas pelo traficante.
A perícia contábil ainda não terminou, mas, de acordo com a delegada federal Luciana de Castro Ribeiro, responsável pelo relatório final da Operação Fênix, a quadrilha movimentava pouco dinheiro formalmente, usando muito pouco contas em agências bancárias.
Os valores que circulavam informalmente, no entanto, eram muito altos. Quase sempre doleiros e mulas cuidavam de repassar o dinheiro usado na compra de bens.
Isso ficou comprovado com as apreensões de US$ 135 mil e de cerca de R$ 50 mil em dinheiro na operação. A organização comandada por Beira-Mar não usava os meios formais, como bancos. O que circulava era dinheiro vivo, por meio de mulas e doleiros disse Luciana.
Filho de Beira-Mar é indiciado por tráfico A delegada acredita que, até o início de janeiro, já tenha o total em dinheiro movimentado pela quadrilha de Beira-Mar. Dois peritos contábeis do Instituto de Criminalística da PF foram deslocados para a Curitiba para analisar a contabilidade apreendida.
Luciana de Castro Ribeiro anunciou também que indiciou Felipe Alexandre da Costa, um dos filhos de Beira-Mar, por associação ao tráfico. Durante as investigações e agora no trabalho de analise do material, ele apareceu desempenhando funções importantes na quadrilha.
A PF também descobriu que Felipe é um dos sócios de uma distribuidora de gás na Favela Beira-Mar, em Caxias, comprada com o dinheiro do tráfico.