67 são alvo de denúncia no caso Petroforte

14 de agosto de 2007 09:26

Ari Natalino da Silva, proprietário da rede, e outras 66 pessoas são acusados de desviar R$ 600 milhões e terão de responder por 12 crimes, como falência fraudulenta, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e sonegação fiscal.

“Após dois anos de investigação, constatamos que a Petroforte tomava empréstimos em bancos, que chegaram a R$ 45 milhões, e não pagavam as parcelas. Não recolhia impostos [ICMS, contribuição previdenciária e outros tributos]. E ainda pulverizou o patrimônio em mais de 200 empresas para encobrir as práticas do que se pode chamar de a maior organização criminosa que se tem notícia no país”, afirmou o promotor de Justiça Arthur Migliari Junior, que atua no caso.

A 18ª Vara Cível de São Paulo, que recebeu a denúncia, deve decretar a prisão dos 67 envolvidos nos próximos dias. Só aguarda que o MP separe os suspeitos por “grupos de atuação”, segundo o promotor.

“Quem comandava esse verdadeiro “bando” eram o empresário, sua atual mulher, a ex-mulher, um filho e uma secretária. O advogado do grupo, Heleno Duarte Lopes, chegou a usar documentos do irmão, Humberto Duarte Lopes, morto há mais de 50 anos, para abrir cinco empresas”, disse.

Ao menos R$ 30 milhões foram enviados, por meio de offshores (empresas com sede em paraísos fiscais que mantêm sigilo sobre a identidade dos sócios), para Bahamas, Panamá, Ilhas Virgens e Uruguai.

Em 2004, a Procuradoria da República apresentou denúncia criminal contra Ari Natalino, acusado de sonegar R$ 400 milhões do fisco. Na operação Anaconda, da Polícia Federal, foi apontado como o chefe de uma “máfia” de adulteração de combustíveis. Ele comprou seu primeiro posto em São Carlos (SP) na década de 80. Dez anos depois declarou possuir uma frota de 800 veículos, 250 postos e uma distribuidora.

A Folha procurou os advogados do empresário e dos acusados na denúncia, mas não os localizou. O celular de contato do advogado Heleno Duarte Lopes estava desligado.