A CPI na encruzilhada
Foi assim com a CPI dos Correios do Congresso, que, por meio de depoimentos, quebras de sigilos e acareações, desvelou em 2005 o esquema do mensalão. A investigação é uma prerrogativa constitucional do parlamento e, portanto, um instrumento da democracia.
Diferentemente do caso do mensalão, porém, o parlamento gaúcho entrou com atraso no caso Detran. Os deputados estaduais foram precedidos em pelo menos nove meses por uma força-tarefa que congregou os ministérios públicos Federal, Estadual e de Contas, Receita Federal e Polícia Federal e produziu um inquérito policial profundo e sólido.
Até agora, a Assembléia se limitou a seguir os passos da Operação Rodin. Com isso, deu margem a momentos constrangedores, como bravatas em depoimentos de envolvidos e o fica-não-fica de deputados que não pertencem à comissão na sessão de ontem.
Ao não ser capaz de desenvolver um caminho próprio de investigação, a CPI do Detran corre o risco de perder o rumo, como ocorreu com a CPI dos Pedágios. Se isso não for corrigido, restará o tiroteio entre governo e oposição – e mais um ponto para a impunidade.