A segurança nas operações com cartões
Neste momento em que a relação com o dinheiro em espécie está caindo cada vez mais em desuso, a discussão sobre a segurança nas compras com cartões de crédito e débito torna-se fundamental.
Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), essa modalidade de compra e venda no Brasil movimentou R$ 1,05 trilhão em 2015, com crescimento de 9% sobre o ano anterior.
Naturalmente, o incremento da movimentação financeira com o “dinheiro de plástico” fez com que as fraudes com cartão A segurança nas operações com cartões também sofressem uma elevação constante nos últimos anos.
Em entrevista à Revista Delegados Federais, o Diretor-Presidente da BRBCARD, Ralil Nassif Salomão, esclareceu a importância do cuidado do usuário no momento das transações. Ele também deu dicas a respeito da forma mais segura de realizar compras presenciais e online.
De acordo com o Diretor, é necessário, em primeiro lugar, atenção redobrada por parte das instituições bancárias. “Nós nos preocupamos muito com a segurança das nossas operações e queremos evitar que um possível fraudador explore nossos processos e ferramentas”.
As ações de segurança, segundo Ralil, não podem, porém, afetar a vida do cliente, que precisa continuar a fazer suas transações financeiras. “A segurança está diretamente ligada ao negócio. O grande sucesso da instituição está na possibilidade do cliente realizar uma compra aonde quer que ele esteja sem os impactos decorrentes da concretização de uma fraude".
“Temos que garantir a segurança na utilização do cartão sem gerar transtornos para o cliente em função dos controles implantados", completou. A BRBCARD tem duas frentes de ação para a segurança nas transações: uma sistêmica, com ferramentas e processos de controle e a conscientização dos clientes. "Precisamos que o usuário do cartão siga as recomendações de segurança para que possamos fechar o cerco”, disse Ralil.
Em segundo lugar, as ações tomadas pela instituição para garantir a segurança dos clientes: “Na BRBCARD, a gente fez um trabalho de formação dos agentes de segurança. Reunimos pessoas chave de cada área e fazemos uma divulgação dessas questões de segurança, risco e perdas operacionais”.
Para isso, parcerias como a que existe entre a empresa e a ADPF são extremamente importantes. “Contamos com um programa de divulgação para a empresa inteira. A cada quatro meses realizamos a semana de segurança da BRBCARD, na qual ADPF vem sempre participando”, enfatizou Ralil. Delegados Federais já ministram palestras sobre cibercrime, lavagem de dinheiro e compliance em edições anteriores do evento.
A Necessidade de regulamentação
O Diretor-Presidente da BRBCARD ainda lamenta a falta de regulamentação relacionada aos crimes de fraude de cartão, em especial às fraudes eletrônicas. O Código Penal Brasileiro, em seus artigos 155 e 154-A, categoriza o furto qualificado e a invasão de dispositivos informáticos. Contudo, é incipiente a legislação específica para o furto mediante fraude.
“Existem alguns estudos em andamento, mas a gente vê diversas situações onde o fraudador é pego, temos as evidências de que ele realmente fraudou o banco, e em pouco tempo ele está solto de novo cometendo os mesmos crimes”, explica Ralil.
Mesmo assim, ele vê com otimismo a questão: “A regulamentação de fraudes eletrônicas precisa ser revista, mas acho que o Brasil tem amadurecido muito neste quesito.
A BRBCARD, conforme o Diretor-Presidente, vê suas ações como um sucesso. “O nosso índice de transações fraudulentas está abaixo do mercado não impactando o crescimento contínuo do nosso índice de autorizações que se manteve acima das demais instituições de pagamento no mês de Dezembro de 2016. Esses indicadores confirmam a aceitação e a confiança dos nossos clientes”.
A tecnologia a favor da segurança
O avanço tecnológico tem contribuído para uma redução nos níveis de criminalidade cometidas contra os clientes. Atualmente, todos os bancos do país já implementaram o chip eletrônico nos cartões, o que dificulta, por exemplo, a clonagem, visto que apenas a tarja magnética pode ser reproduzida.
“Com o chip eletrônico no cartão, diminuíram as possibilidades de fraude”, pontua Ralil. “A utilização do cartão digital e as ferramentas atualmente utilizadas para o monitoramento e controle das operações torna o processo de compras mais seguro”.
Ele acredita que estamos nos encaminhando para o fim do dinheiro de papel e, posteriormente, até dos cartões. Países como China e o Japão já testam tecnologias para substituir o cartão de plástico nas compras e movimentações financeiras. Para Ralil, a perspectiva é muito positiva. “Quanto mais você trabalha na compra 100% digital, mais segurança você agrega”