Abandonada pelo marido, cubana pode perder o visto

2 de outubro de 2007 11:18

A Polícia Federal anunciou ontem que vai rever os vistos de permanência concedidos nos últimos meses a cubanos que moram na região de Araçatuba. Entre os vistos, está o da dona de casa Yusimi Ferrer Martinez, que mora em Araçatuba com duas filhas, de 6 e 16 anos.

Yusimi conseguiu a permanência por reunião familiar ao se casar em setembro de 2006 com o brasileiro Valcir Pereira Braga. A autorização de permanência foi dada a Yusimi em abril deste ano. A situação dela é suspeita para a polícia porque Yusimi não convive mais com o marido brasileiro. Fui a Cuba buscar documentos e minhas filhas. Quando voltei, ele tinha me abandonado e voltado para a ex-mulher , conta Yusimi.

Mesmo separado, o casal não providenciou o divórcio. Esse tipo de explicação é a mais comum recebida pelos agentes da PF durante a investigação social dos casais de brasileiros e cubanos suspeitos. Para os policiais, a desculpa da separação é uma farsa para encobrir a fraude obtida com os casamentos de fachada.

Mas, para Yusimi, a revisão do seu caso é um absurdo . Apesar disso, ela diz não temer a investigação da PF. Não tenho motivos para temer, porque minha situação é verdadeira. Foi exatamente isso que aconteceu. Eu não faria uma coisa dessas porque nem dinheiro para isso eu tenho , diz.

Abandonada pelo marido brasileiro, Yusimi diz que sobrevive como diarista e da pensão que o ex-marido cubano manda para criar as filhas, que estudam em escolas brasileiras e estão aprendendo a falar o português. Se houvesse algum problema, acredito que eles não teriam dado o visto de permanência , diz, mostrando o carimbo da PF informando a autorização de permanência no País.

Não posso crer que vão examinar a situação de pessoas que estão aqui de maneira legal , diz o matemático André Colina, que diz estar no Brasil há um ano e três meses e ter conseguido o visto de permanência como estudante. Minha situação é legal e até estou prestando concurso para poder dar aulas no País. O problema é que a situação deixa pessoas inocentes sob suspeita, mas não tenho o que temer , diz.

André negou ser parente de Onélio Colina Acosta, professor de beisebol acusado de liderar o esquema para trazer cubanos para o Brasil e aliciar brasileiros para fazer os casamentos .