ADPF avalia resultados da escuta dos profissionais de segurança pública
A escuta dos profissionais de segurança pública no Brasil 2021 foi debatida durante o 15º Encontro do Fórum de Segurança Pública, realizado de 8 a 12 de novembro. O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Edvandir Paiva, participou do evento, realizado de forma remota.
Na avaliação do delegado, a pesquisa provoca uma reflexão abrangente, acerca de temas de relevância para o fortalecimento da segurança pública no Brasil. Entre os pontos destacados, Paiva ressaltou a inviabilidade de uma carreira única para a polícia, o que vulnerabilizaria e politizaria a função dos delegados.
O presidente também destacou a necessidade de legislações específicas na regulamentação do tema. “Cada cargo deve ter uma carreira atrativa, um norte, um horizonte que cause uma participação e uma motivação melhor (das carreiras)”, defende.
De acordo com o delegado, o maior problema da segurança pública é a falta de planos, investimentos e recursos específicos. “A segurança pública precisa de investimentos durante 30 anos para mudar. Não durante três meses”, completou.
A avaliação é compartilhada pela delegada Tania Prado, diretora regional da ADPF-SP. Ela participou do evento como presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol). Ela reforçou a necessidade e de uma legislação específica, tal como de uma Lei Orgânica para as polícias.
A delegada também abordou a tendência de responsabilização das polícias na dificuldade de elucidação dos crimes, presente nas pesquisas. “Muitas vezes, as pesquisas responsabilizam as polícias pela lentidão na apuração e na elucidação dos crimes. Mas, muitas vezes, a ineficiência decorre da demora das duas instituições, Ministério Público e Judiciário. Então, são dados importantes de serem analisados, no futuro, conjuntamente com o desempenho das polícias judiciárias”, afirma.
O evento contou com a presença de representantes de diversas entidades da segurança pública.