ADPF comenta polêmica entre FHC e Gilberto Carvalho

Nos últimos dias, uma polêmica envolveu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Ao defender o atual governo das denúncias de corrupção levantadas pela operação Porto Seguro, da Polícia Federal (PF), Gilberto Carvalho havia dito que, ao contrário do governo anterior, as instituições agora têm autonomia para investigar e punir os envolvidos em corrupção. "Antes havia `engavetador geral da República`. Com o (ex-) presidente Lula começamos a ter um procurador, com toda liberdade", disse Carvalho.

Em resposta, FHC disse que o ministro “deveria respeitar o passado” e “não dizer coisas levianas”. “Quando assumi o governo, a Polícia Federal era uma bagunça. A escola da Polícia Federal estava fechada. Nós arrumamos tudo e por isso esse senhor precisaria pensar duas vezes antes de dizer o que não sabe”, afirmou o ex-presidente da República.
 

Em virtude do debate, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) divulgou nota onde afirma que para além dos avanços passados, ainda há muito a ser feito pela Polícia Federal neste e nos governos futuros.
 

A seguir, confira a íntegra da nota:

NOTA
 

Sobre a polêmica envolvendo as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ministro-chefe da Secretária-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, quanto ao processo de aperfeiçoamento institucional da Polícia Federal, cabe à Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), ao tempo em que reconhece as contribuições dos governos FHC e Lula, alertar que há muito a ser feito no governo Dilma Rousseff e seguintes para consolidação da instituição como uma polícia de Estado e republicana.
 

Passados68 anos, a Polícia Federal ainda carece de uma Lei Orgânica que a proteja de interferências indevidas. A Direção-Geral do órgão precisa de uma gestão com mandato definido para a segurança e estabilidade da instituição. Por fim, a Polícia Federal requer uma nova e moderna estrutura administrativa, mais adequada aos desafios atuais e futuros, além de garantias legais que lhe assegure autonomia na gestão e na investigação criminal.