ADPF dá início ao VII Congresso Nacional dos Delegados de Polícia Federal
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) deu início, na noite desta segunda-feira (20/03), ao VII Congresso Nacional dos Delegados de Polícia Federal (CNDPF), que acontece em Florianópolis (SC). O encontro servirá para a discussão de temas como Justiça Criminal e Segurança Pública.
Cerca de 400 participantes, entre Delegados Federais, magistrados, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público participarão do evento, que termina na quinta-feira (23) e também serve de palco para o V Encontro de Delegados Federais Aposentados e para o V Encontro de Delegadas de Polícia Federal.
Os temas dos debates desta edição do CNPDF giram em torno do “Fortalecimento e Autonomia da Polícia Federal para o Combate à Corrupção”. Ao mesmo tempo, ocorre a “Feira de Inovações Tecnológicas”, com stands para a exposição de entidades parceiras da ADPF na promoção do Congresso.
O primeiro a ocupar a palavra, durante a cerimônia de abertura, foi o Diretor Regional da ADPF/SC, Luiz Carlos Korff Rosa Filho, que abordou dois assuntos de suma importância para a Polícia Federal: o combate à corrupção e a busca da autonomia.
“O nosso trabalho no tocante à corrupção dispensa comentários, porque os noticiários mostram que muito tem sido feito pela Polícia Federa e pelos órgãos de controle, embora ainda tenhamos muito a fazer”, declarou o Delegado Federal.
Já a questão da autonomia foi abordada por ele na comparação com outras carreiras jurídicas. “Você não pergunta a um juiz se ele julga com autonomia. Você não pergunta a um promotor se ele tem autonomia. Nesses casos, a possibilidade de não ter autonomia sequer existe”.
Korff também fez referência à PEC 412/2009, em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados. “Esperamos que ela seja aprovada para fortalecer a PF. Precisamos construir esse arcabouço legal”.
Em seguida foi a vez do Superintendente do Instituto do Planejamento Urbano de Florianópolis, Delegado de Polícia Federal aposentado Ildo Rosa. Ele destacou os 42 anos em que serviu Polícia Federal para reforçar a necessidade da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição que garante à autonomia.
Ildo fez um desafio aos colegas, para que eles trabalhem de modo que a autonomia não seja uma “quimera”, mas uma “realidade” a ser alcançada. “Esse é o verdadeiro sonho que temos”.
Importância da atividade associativa
O ex-Advogado-geral da União (AGU) Fábio Medina Osório também integrou a Mesa de abertura do VII CNDPF. Ele defendeu o papel das associações de classe na conquista de importantes avanços para o Brasil. “É através da associação que se pode lutar por prerrogativas, que se pode estar no Congresso Nacional, e que se gritar na sociedade civil”.
Outra autoridade a discursar durante a cerimônia foi o Delegado Federal Luiz Roberto Ungaretti de Godoy, Diretor do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça (DRCI). Ele parabenizou os Delegados de Polícia Federal: “nós podemos falar com orgulho que a nossa instituição chegou onde chegou graças ao trabalho de todos”.
Também presente ao evento, o Secretário Extraordinário de Grandes Eventos, Delegado Federal Andrei Passos Rodrigues, conclamou os presentes a realizar um trabalho conjunto com vistas a atingir os melhores resultados possíveis. “Temos que ser resolutivos para que este evento seja oportunidade de entendermos esse momento delicado que estamos vivenciando. Precisamos desse esforço interno de integração”.
Missão
Ao final, o presidente da ADPF, Carlos Eduardo Sobral, rememorou o esforço empreendido por todos os Diretores da ADPF para a realização do VII CNDPF e fez uma reflexão a respeito do caminho percorrido pela Polícia Federal nos últimos anos, quando a população “resolveu dar um basta na corrupção e no jeitinho”.
Segundo Sobral, o enfrentamento à corrupção passa pelo fortalecimento das instituições, para que se tornem cada vez mais autônomas. “Somos uma instituição de muita responsabilidade, motivo de orgulho de todo o povo brasileiro, mas nos ressentimos de não ter uma Lei Orgânica”.
O Presidente da ADPF enfatizou que a aprovação da PEC 412 não transformará a Polícia Federal em um quarto Poder, independente. “Não queremos falta de controle, nem arbítrio, nem abuso, mas, simplesmente, a capacidade de continuar realizando nossa missão de combater o crime organizado e a corrupção”.