Foto/ADPF

ADPF marca presença na abertura de evento sobre crimes relacionados ao abuso sexual infantil

Nesta segunda-feira, 28/08, foi realizada na sede da Polícia Federal, a abertura do “2.º Encontro nacional de gestores e investigadores de crimes relacionados ao abuso sexual infantil”, que acontece até o dia 31/08 e busca reunir policiais envolvidos no combate ao abuso sexual infantil. O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Luciano Leiro, esteve presente na abertura do encontro. A ADPF é apoiadora na realização do evento.

As palestras, que ocorrem durante cinco dias, trazem conhecimentos atualizados a respeito do tema, como ferramentas de investigação, boas práticas investigativas, atuação da perícia dentro deste contexto, dentre outros. Policiais federais de todo o país se reúnem para o compartilhamento de experiências.

O diretor substituto de combate aos crimes cibernéticos, Valdemar Latance Neto, que trabalha desde o ano de 2014 com crimes de abuso sexual ao infantojuvenil, fez uma retrospectiva inicial de quando começou, a respeito da “Operação Moikano”, no qual conseguiram identificar vítimas de abuso sexual. A operação foi realizada em 2015 e pelo menos 120 homens faziam parte, sendo que 70 deles eram de outros países. A ação da PF tinha como motivação combater o compartilhamento de arquivos com imagens de abusos a crianças e adolescentes na internet.

Segundo o delegado, foram identificados na época, abusadores que trabalhavam como animadores de festas infantis, catequista de igreja católica, entre outros. Ele conta que o Brasil é um país com altos índices de estupro, com mais de 200 casos por dia, e deste número, 75% são casos envolvendo crianças e adolescentes.

Dados da Polícia Federal apontam que, de 2022 a agosto deste ano, 891 operações de combate ao abuso sexual infantil foram realizadas, além de 531 prisões e 486 vítimas resgatadas.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2022, foram registradas 74.930 vítimas, um aumento de 8,2% na comparação com o ano de 2021. A taxa é de 36,9 casos para cada 100 mil habitantes. Os dados foram divulgados em julho deste ano e levam em consideração apenas os casos denunciados às autoridades policiais e incluem tanto estupro, que conforme a FBSP são 18.100 casos, quanto estupro de vulnerável, com 58.820 casos. Essa classificação é feita quando a vítima tem menos de 14 anos ou quando ela não tem condição de consentir.

De acordo com Luciano Leiro, eventos como este são importantes, assim como a necessidade de se enaltecer o trabalho da Polícia Federal. Para ele, “Muito se fala sobre a importância da descapitalização com o crime organizado, mas é de suma importância o trabalho que é feito e que envolve crimes como este, de abuso sexual infantil e outros como tráfico de pessoas, porque são vidas salvas. Atingem famílias, bebês, crianças e jovens, esse é um trabalho de grande importância e é feito pela PF todos os dias”, conta.

O presidente da ADPF deixa seu reconhecimento e parabeniza pela atuação profícua de todos os policiais federais neste tema.

A coordenadora de repressão a crimes cibernéticos relacionados ao abuso sexual infantojuvenil, Andrea Tsuruta e a coordenadora substituta, Rafaella Vieira Lins Leite Parca, agradeceram o apoio da associação na realização do evento.