ADPF participa da manifestação contra a PEC da Previdência Social

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) esteve presente, na quarta-feira (08/02), nas manifestações convocadas pela União dos Policiais do Brasil (UPB) contra a Proposta de Emenda à Constituição da reforma da Previdência (PEC 287/2016). Delegados Federais e demais profissionais da segurança pública se reuniram em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, e em diversos aeroportos do país.

Segundo os organizadores, cerca de 3 mil pessoas se concentraram no gramado ao frente ao Congresso Nacional, onde foi exposto um “cemitério” simbólico, com lápides e cruzes representando os policiais que morrem antes de se aposentar. Os profissionais da segurança pública também promoveram um abraçaço em torno do “cemitério” e fizeram um minuto de silêncio.

Para o presidente da ADPF, Carlos Eduardo Sobral, este é o momento dos Delegados Federais se mobilizarem e agirem para impedir a aprovação da proposta. “Esta é a luta por um direito que é justo, contra uma proposta do governo que, na prática, elimina a nossa aposentadoria. Todos os profissionais da segurança pública estão unidos para que a PEC 287 não seja aprovada desta forma, que é fora da realidade”.

A proposição, de autoria do Poder Executivo, altera o texto da Constituição Federal, retirando a atividade de risco policial da legislação e desconsiderando a aposentadoria diferenciada para policiais. A PEC está em tramitação na Câmara dos Deputados e aguarda a criação de uma comissão especial para discussão, antes da análise pelo plenário.

Durante o ato, foi aberto espaço para que deputados federais e outros membros da classe política se manifestassem contra a proposição. Representantes de entidades que compõem a UPB também falaram aos manifestantes.

O Delegado Federal Marcelo Borsio, coordenador de assuntos técnicos e jurídicos da UPB, conta que a organização do movimento surgiu entre a classe dos Delegados Federais, mas todos os profissionais da segurança pública abraçaram a causa. 

“A união surgiu ainda em 2016, com apenas alguns presidentes de associações policiais, para nos mobilizarmos contra a reforma da Previdência que estava sendo anunciada. Com a proposição da PEC na Câmara dos Deputados, várias outras entidades se uniram à causa, em um movimento histórico de união entre todas as categorias da segurança pública”, afirmou Borsio.

Entre os delegados que participaram dos atos, também estiveram presentes membros aposentados que apoiam a luta pela aposentadoria policial. O Delegado Federal Célio Jacinto dos Santos, que se aposentou em abril do último ano, sustenta que é importante que a classe se mobilize.

“Todo setor organizado da sociedade tem, em uma democracia, o direito de se manifestar para a manutenção das instituições. Com os policiais não é diferente, este evento é um marco importante pelo ineditismo de unir diversas categorias da segurança pública e por ser uma luta de um setor importante para manutenção da paz social”, disse o Célio Jacinto.

Mobilização nos estados

A ADPF também participou dos atos realizados em pelo menos 15 aeroportos de diversos estados brasileiros. Delegados Federais demonstraram o apoio à luta pelo direito da aposentadoria policial. 

Em São Paulo, a manifestação aconteceu em frente à Superintendência da Polícia Federal. O diretor regional da ADPF no estado, Delegado Federal Edson Garutti, classificou como “um absurdo” a retirada da atividade de risco profissional do texto da Constituição.

“Quem mais do que nós possui atividade de risco? Recompensada da devida maneira pela Constituição Federal que querem alterar. Além de tudo, uma reforma previdenciária feita ‘a toque de caixa’”, colocou o Delegado Federal durante a manifestação.