Advogado justifica depósitos feitos por Valério

1 de outubro de 2007 10:41

O advogado, que divide escritório com Valério em Belo Horizonte, atuou como juiz eleitoral de 1998 a 2000. Ele negou que no período tivesse votado sistematicamente a favor da coligação do governador tucano. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, depósitos foram feitos na conta do então juiz em datas próximas dos julgamentos de ações envolvendo o PSDB.

As suspeitas de favorecimento contra Tolentino apareceram pela primeira vez em 2005, quando estourou o mensalão petista. À época, foi divulgado que, como relator de uma ação na qual Azeredo era acusado de fazer propaganda eleitoral com verba pública, Tolentino rejeitou a denúncia contra o tucano.

Contatado pelo Estado, o advogado indicou a assessoria de imprensa de Valério para falar em seu nome. A assessoria negou que ele tenha recebido recursos do valerioduto mineiro . São (pagamentos) referentes a honorários que estavam quatro anos atrasados. Conforme a assessoria, Tolentino atuava como advogado da SMPB desde 1989, antes de Valério se tornar sócio da agência. Nada começou em 1998. Os depósitos na conta de sua mulher visavam a evitar cobrança de CPMF ou eram feitos por comodidade .

O relatório da PF diz que o advogado justificaria os pagamentos como supostos serviços de consultoria jurídica . O parecer observa que Tolentino não faz parte do quadro societário das empresas diretamente evolvidas – DNA e SMPB. Afirma, porém, que ele foi sistematicamente beneficiado com recursos públicos desviados, recebendo pagamentos em valores idênticos aos demais envolvidos .

Em relação à atuação de Tolentino como juiz eleitoral, a assessoria disse que ele não votou sistematicamente a favor .

Azeredo negou ontem que Tolentino tenha recebido recursos de sua campanha. Por intermédio de sua assessoria, afirmou que a acusação é mais uma mentira deslavada .