Afastamento de delegados gera “atrasos e prejuízos” à Lava Jato

7 de julho de 2016 18:00

Após vídeo em redes sociais em que o delegado da Polícia Federal Eduardo Mauat diz que tinha intenção de permanecer na força-tarefa da operação Lava Jato até agosto, a Associação de Delegados da Polícia Federal criticou a mudança e apontou que o “Ministério da Justiça deveria trabalhar para aumentar o efetivo da Lava Jato”.

 

Leia a íntegra da nota:

 

É evidente que afastamentos súbitos dessa natureza geram atrasos e prejuízos para as investigações em andamento, que poderiam ser evitados por meio da simples manutenção do grupo atual da Lava Jato.

 

Fala-se em “oxigenação” da operação. Porém, a carência de recursos humanos na Lava Jato é um problema antigo e ainda não superado, principalmente em comparação com operações de outras áreas. Tal fato demonstra que, efetivamente, a Lava Jato não é uma prioridade para a direção-geral da Polícia Federal.

 

Ao invés de substituir Delegados responsáveis pelo sucesso da operação, o comando da PF e o Ministério da Justiça deveriam trabalhar para aumentar o efetivo da Lava Jato. Isso, sim, ajudaria a “dar fôlego” e a descartar de vez ameaças de desmanche do grupo responsável pela operação.

 

Diante do cenário de incertezas gerado pela saída forçada de dois importantes Delegados da operação, o Conselho de Diretores expressa seu temor frente à possível retirada de outra liderança da operação: a da Delegada Federal Erika Marena, uma das principais coordenadoras da Lava Jato. O afastamento da Delegada Erika traria um prejuízo irreparável à continuidade da operação.

 

O Conselho de Diretores da ADPF ressalta que Lava Jato é um patrimônio do Brasil e que cobrará maiores explicações sobre os afastamentos junto ao diretor-geral da PF e à Superintendência Regional da instituição em Curitiba.

 

Os Delegados Federais e a sociedade estão e continuarãovigilantes para defender a Operação Lava Jato.

 

Associação de Delegados da Polícia Federal