Allan Turnowski: acusações são infundadas

17 de fevereiro de 2011 10:23

Associação mantém contrato com os escritórios Antônio Torreão Braz Filho e Gontijo Neves Associados

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) informa aos associados que, em razão das respectivas especialidades, os contratos de prestação de serviços advocatícios com os escritórios Antônio Torreão Braz Filho e Gontijo Neves Associados serão mantidos em 2011.  

O Escritório Antônio Torreão Braz Filho

atua somente em causas coletivas relacionadas com direitos funcionais, como vantagens pecuniárias, remuneração e descontos, nomeação e progressão, além das institucionais, por intermédio de ação direta de inconstitucionalidade, para preservação das prerrogativas do cargo de Delegado de Polícia Federal, dentre outras.

Já o Escritório Gontijo Neves Associados,

nas cidades de Brasília, Goiânia e São Paulo, atende aos casos de interesse individual nas ações criminais e cíveis, inclusive processos disciplinares, desde que o fato esteja relacionado com o exercício do cargo de Delegado de Polícia Federal (Estatuto da ADPF, art. 79), hipótese em que os honorários são de responsabilidade da ADPF. Se preferir, o interessado poderá obter o auxílio para Assistência Jurídica em dinheiro, limitando-se o valor a trinta vezes a mensalidade que paga à Associação (art. 79, §1º, do Estatuto) 
As ações personalíssimas, de caráter econômico, como as que pleiteiam indenização por danos morais, e as particulares não são custeadas pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal. Todavia, o escritório Gontijo Neves oferece aos associados da ADPF, inclusive a seus cônjuges, a vantagem de pagarem apenas a quantia de R$ 1.000,00 (um mil reais), além das custas judiciais decorrentes e honorários resultantes do êxito obtido.RIO – O delegado Allan Turnowski, ex-chefe de Polícia Civil, negou nesta quarta-feira as acusações feitas pela testemunha X. em depoimento na Polícia Federal, durante as investigações da Operação Guilhotina. Segundo Turnowski, as denúncias são infundadas, baseadas apenas num relato testemunhal, sem provas concretas, como vídeos, fotos, escutas ou dados de quebra de sigilo bancário. A testemunha, que seria um informante do delegado Carlos Luiz de Oliveira, ex-subchefe operacional, acusou Turnowski de receber, por exemplo, R$ 100 mil para não combater a venda de produtos falsificados.

— A gente tem que ir no que há de concreto. Acusar uma pessoa de modo abstrato fica indefensável. Dizer que eu recebo R$ 100 mil por produtos piratas quando acabei de fechar o camelódromo da Rua Uruguaiana é piada. Foi a maior ação dos últimos tempos, concretizada na minha gestão. Há um mês, eu acabei com a pirataria por lá. Até hoje, há policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial ocupando o local e vendo se ainda há produtos piratas sendo vendidos. Como é que alguém que recebe dinheiro vai fechar o comércio? Só por aí você vê que é mentira — defendeu-se Turnowski.

Sobre a acusação de que receberia um pagamento de R$ 500 mil mensais, ele disse que é uma propina absurda. Afirmou ainda que nunca trabalhou com o PM cedido à Divisão Antissequestro que seria encarregado de arrecadar o dinheiro:

Um ano e meio de investigação, comigo, supostamente recebendo esse valor todo por mês, e nada? Ou eles são muito incompetentes ou é tudo mentira. Cadê as provas?
— Acho que não deve existir uma propina mensal com esse valor exorbitante. Nunca trabalhei com esse agente, nem o conheço. Nunca me filmaram com esse policial que, dizem, pegava o dinheiro. Um ano e meio de investigação, comigo, supostamente recebendo esse valor todo por mês, e nada? Ou eles são muito incompetentes ou é tudo mentira. Cadê as provas? Estou me defendendo de um testemunho. A Justiça está aí para cobrar as provas. Eu é que tenho que produzir provas de que não fiz? Quem acusa prova. Eles que provem que recebi R$ 500 mil.

Em relação às denúncias do delegado Claudio Ferraz sobre uma suposta operação na Favela da Coreia, em Senador Camará, que, segundo ele, seria realizada oficialmente com o apoio da Chefia de Polícia Civil, a fim de recolher armas do tráfico para posteriormente serem vendidas a milicianos, Turnowski explicou que cabia ao seu subchefe operacional organizar as ofensivas contra o tráfico. Ele lembrou que sempre combateu as milícias, uma das metas da sua administração.

— Combati as milícias com o delegado Marcos Neves, cuja investigação culminou com a prisão de ex-policiais civis, como Natalino e Jerônimo Guimarães (ex-deputado e ex-vereador). Esse tipo de denúncia não me atinge — disse o ex-chefe de Polícia Civil.

Turnowski dá nota zero à Draco, em lisura e eficiência

Turnowski rebate Ferraz, dizendo que, apesar de a Draco ter sido criada para combater todo tipo de crime organizado, só atuava contra as milícias. Ferraz é titular da Draco.

— No histórico da Draco durante a gestão de Ferraz, não há qualquer operação contra prefeituras ou organizações criminosas, com exceção da milícia. Eficiência no combate aos milicianos, mas, por outro lado, completamente omissa em relação a fraudes contra prefeituras e outros grupos criminosos. No quesito lisura e eficiência, a nota é zero — alfinetou Turnowski.

Sobre a concentração das interceptações telefônicas na Coordenadoria de Inteligência Policial (Cinpol), determinação da Chefia de Polícia Civil que foi criticada por Ferraz, Turnowski explicou que não podia deixar as delegacias fazerem escutas indiscriminadamente.

— Tive que pôr ordem na casa. Determinei que o nosso órgão de inteligência administrasse isso. Agi errado? Não podíamos deixar as escutas sem controle. Se o secretário me perguntasse, antes da medida, quantas interceptações estávamos fazendo, eu não saberia dizer. Agora não. Tudo é auditado e catalogado. Acabou a bagunça. Se a Draco não queria que passasse pelo setor de inteligência, é porque havia algo de errado no trabalho deles — disse Turnowski.

Outra informação dada no depoimento de Ferraz foi de que o ex-chefe de Polícia Civil tentou afastá-lo da Draco, oferecendo-lhe um cargo de diretor do Departamento de Polícia Técnico. Turnowski disse que isso não poderia ter acontecido:

— Impossível. Ferraz foi condenado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) a pagar R$ 300 mil por má administração, na época da construção dos centros de perícia. Ele está condenado pelo TCE. Não poderia lhe pedir para assumir o Departamento de Polícia Técnica, com essa condenação.

 

 Os interessados devem, necessariamente, manter contato com a ADPF pelo telefone (61) 3221-7077 ou pelo e-mail jurídica@adpf.org.br