“Amiguinho” das empresas
As informações, que constam na denúncia são fruto de interceptações telefônicas e de depoimentos de delegados de polícia.
Em outubro, Mário Mustrange, tesoureiro de Lins, pede ao delegado Daniel Goulart (ambos presos pela PF), que intervenha e evite ação na distribuidora de combustíveis Pinheiro Paes, que “ajudou muito na campanha”. “Temos um empresário amigo nosso aí, que ajudou a gente aí, é… tem uma equipe da Polinter, lá na empresa dele, com a… problema de denúncia, querem vasculhar lá a empresa dele. Esse cara sofre isso constantemente, tá? (…) A gente entrou no circuito… conheceu ele justamente por causa disso”, diz Mustrange. “A gente já conseguiu ajudar ele.”
Depoimentos de dois delegados acusam emissários de Lins de lhes pedir por três redes de supermercados. Segundo um deles, um emissário disse que “qualquer problema com a rede de supermercados Princesa era para procurá-lo”. Outro policial depôs que Fábio Leão, o Fabinho, procurou-o em nome de Lins com lista de empresas “amigas do chefe [Lins], pois ajudavam”, que incluía a rede MultiMarket.
Conforme o documento, Lins tentou impor a nomeação para a Delegacia do Meio Ambiente do delegado Luiz Carlos dos Santos, em troca de contribuição extra-oficial de R$ 50 mil para sua campanha. A PF apreendeu recibos de campanha não declarados em valor superior a R$ 50 mil em nome do delegado.
A Folha não conseguiu contato com a Pinheiro Paes, com os supermercados nem com os advogados de Lins