Anac terá norma para espaço entre poltronas de avião

10 de agosto de 2007 12:13

Segundo apurou a Folha, a diretoria da agência receberá nas próximas semanas um estudo técnico para embasar a futura resolução. O estudo deve ser questionado pelas companhias aéreas, que defenderão as capacidades das aeronaves estabelecidas por seus fabricantes, como Airbus e Boeing.

O estudo vem sendo feito desde janeiro de 2005 e leva em conta aspectos de segurança, como a distância do encosto da cabeça em relação a outros objetos e simulações de evacuação de emergência. O levantamento aborda, também, a altura e peso médios da população brasileira e os mesmos parâmetros em cada Estado.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o homem brasileiro médio mede 1,69 m e pesa 69,4 kg, chegando a 1,71 m e 72,4 kg na região Sul. Já a mulher brasileira tem altura média de 1,58 m e 59,6 kg, chegando a 1,59 m e 61,5 kg no Sul.

Fiscais da Anac também estariam medindo o espaço entre as poltronas praticado pelas companhias aéreas e comparando esses dados com as informações prestadas pelas empresas para checar distorções.

A legislação hoje em vigor não estabelece limites mínimos para a distância entre as poltronas, mas, segundo a Anac, as companhias brasileiras seguem padrões semelhantes aos dos Estados Unidos e países europeus. O Reino Unido exige um mínimo de 28 polegadas -ou 71,12 centímetros.

Após receber o levantamento, a diretoria da Anac redigirá uma minuta de resolução e, como prevê a lei, disponibilizará o texto para consulta pública, período em que receberá sugestões da população e das companhias aéreas.

Neste ano
Indagado se a mudança no número de assentos dos aviões seria implementada ainda neste ano, Jobim respondeu: “Seguramente é para este ano. Não tenho a mínima dúvida”. A previsão do ministro pode ser frustrada pela Anac. Anteontem, integrantes da diretoria decidiram, em um jantar em Brasília, contestar atos do ministro que sejam de competência da agência -como a distância entre poltronas de avião.

O ministro Jobim disse que, nos próximos dias, também irá “revisar o problema das regras de pontualidade”. O ministro evitou comentar as acusações feitas pelo brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero, contra a diretora da Anac Denise Abreu. Pereira acusa Abreu de tentar beneficiar os seus amigos no aeroporto de Ribeirão Preto (314 km de SP).

“Vou examinar isso no conjunto. Não faço exames pontuais. É um problema interno e mais um conflito de natureza pessoal.” Ele anunciou que pretende se reunir com o ministro Tarso Genro (Justiça) para sugerir o aumento no número de policiais federais no trabalho de vistoria de passaporte nos aeroportos de Cumbica (Guarulhos, Grande SP) e Galeão. “Atualmente há um ou dois servidores da Polícia Federal.”