Arma era de comerciante

23 de abril de 2008 09:52

Segundo ele, a posse da arma é permitida porque é calibre 380. Em depoimento à PF, Fusco, que foi já foi inspetor da Policial Civil, alega que deu a pistola de presente ao prefeito.

Tenho muito simpatia pelo prefeito e, sabendo que ele gostava de armas, resolvi presenteá-lo, disse em entrevista à TV Alterosa. Fusco afirmou que também ganhou a arma de presente de um empresário do Sul de Minas, em 1997. Revelou que arma foi fabricada na antiga Tchecolosváquia, no Leste Europeu. No Brasil, é considerada de calibre 380, porque é totalmente inferior à 9 mm, afirmou.

Fusco rebateu a informação da PF de que a arma estaria com registro trocado, como se tivesse calibre 380. Ressaltou ainda que, originalmente, ela foi comprada em loja especializada de Belo Horizonte, com nota fiscal e registro, que ainda está em nome de Fusco. Solicitei ao então deputado estadual Alberto Bejani que transferisse a arma para o nome dele, disse.

Por volta das 14h de ontem, uma queima de fogos em quatro pontos de Juiz de Fora, incluindo, o Morro do Cristo, chamou a atenção da população. O foguetório começou logo depois da notícia de libertação de Bejani. A primeira informação que circulou na cidade foi de que os fogos marcariam a inauguração de um shopping, mas assessores do prefeito confirmaram que o ato foi uma homenagem ao chefe do Executivo.

O presidente do PTB, Rogério Ghedin, negou que a iniciativa tenha sido do partido, mas que os correligionários pretendem receber Bejani com muito calor humano.

Mais de 60 carros estiveram na sede do partido. As pessoas acharam que havia alguma manifestação de imediato, revelou. Ghedin espera que o prefeito tenha oportunidade de se defender das acusações. Ele foi tratado em exceção, em relação aos outros, disse.

Ghedin acredita que Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada pelos vereadores para investigar as denúncias de enriquecimento ilícito de Bejani, será um instrumento provar a inocência do prefeito. O presidente da CPI, Isauro Calais (PMN), disse que a volta de prefeito não vai atrapalhar a investigação. O relator Bruno Siqueira (PSDB) defende o afastamento do administrador, que oficialmente está de férias, até que a investigação seja concluída. A líder do governo na Câmara, vereadora Rose França (PSC), ressalta que agora é a hora de ouvir o que o prefeito tem a falar.

A CPI resolveu pedir o número de série das cédulas apreendidas na casa de Bejani para descobrir, junto ao Banco Central, onde e quem fez o saque. Também foi solicitado à administração contratos da prefeitura com empresas prestadoras de serviços, e o número das contas bancárias em que elas recebiam o pagamento. Ontem, o vice-prefeito em exercício, José Eduardo Araújo, (PR), entregou a CPI vários documentos, entre eles o contrato da TCQ Consultoria Empresarial e do Grupo Sim.