Associação critica afastamento de delegados da Lava-Jato em Curitiba
BRASÍLIA E SÃO PAULO — A Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal (ADPF) criticou o afastamento dos delegados Eduardo Mauat e Duílio Mocelin do grupo de trabalho responsável pelas investigações da Operação Lava-Jato em Curitiba. A associação também fez um alerta sobre possível saída da delegada Erika Marena da investigação. Primeira colocada em recente em eleição interna de eventuais candidatos a diretor-geral, Erika é uma das principais investigadoras da Lava-Jato.
Durante o dia, o delegado Mauat divulgou um vídeo em que comenta seu afastamento da Lava-Jato. A mensagem foi publicada em redes sociais do grupo Nas Ruas, que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e é responsável por levar a pronestos bonecos infláveis de Dilma e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mauat critica o diretor-geral da PF, Leandro Daiello:
— Meu afastamento foi determinado pelo diretor-geral. Meu planejamento era ficar lá até agosto para encaminhar demandas que estavam sob minha responsabilidade. Então, enquanto o dr. Leandro for diretor-geral não vou retornar à Lava-Jato — disse Mauat, no vídeo.
O delegado disse, ainda, que confia nas pessoas que ficaram na força tarefa.
Na segunda-feira, a Polícia Federal se pronunciou sobre as mudanças por meio de nota: “Essas mudanças são opções estratégicas da coordenação com apoio irrestrito da equipe da investigação, administração regional e Direção-Geral da Polícia Federal, visando oxigenar o grupo, dando a ele um novo fôlego, para que os trabalhos continuem cada vez mais buscar sua superação.”
Nesta quinta-feira, a associação de delegados federais afirmou que o afastamento de Mauat e Mocelin provocará “atrasos e prejuízos” às investigações em andamento. Para os dirigentes da ADPF não faz sentido dizer que a troca de delegados seria revigorante.
"Tal fato demonstra que, efetivamente, a Lava-Jato não é uma prioridade para a direção-geral da Polícia Federal", afirmam. Os delegados também "expressam temor frente a possível retirada de outra liderança da operação : a delegada Érika Marena". Para a associação, uma eventual saída da delegada traria prejuízos irreparáveis para a Lava-Jato.
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