Ataque foi apenas ensaio?
Tarso afirmou ainda que todas as medidas estão sendo tomadas para rechaçar novas ações criminosas:
– Tenho a impressão que foi mais uma ameaça e um ensaio geral. Não diria que foi uma tentativa extrema. Foi um teste que fizeram. Claro que, nesse teste, eles iam tentar libertar, mas os agentes estavam bem treinados, armados e responderam de maneira adequada – disse, em entrevista a Rádio CBN.
Segundo o ministro, já havia a informação de que algo semelhante pudesse ocorrer:
– Agora, vamos fazer os reforços necessários para que não haja nenhuma mínima surpresa, como, aliás, não ocorreu nesse período. Obviamente, as forças de segurança tinham algum tipo de informação sobre a possibilidade desse tipo de tentativa e responderam de maneira adequada.
Beira-Mar é considerado um dos presos mais perigosos
A Polícia Federal e o serviço de inteligência do Sistema Penitenciário Nacional (SPN) suspeitam que o frustrado ataque tinha como objetivo o resgate do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. O traficante, que já esteve preso no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Minas Gerais, entre outros estados, é considerado um dos mais perigosos dos 154 bandidos detidos no presídio de Campo Grande. Num dos mais ousados ataques a um presídio do país, os criminosos usaram até um helicóptero.
No presídio, estão ainda Juan Carlos Abadía, acusado de chefiar uma das maiores máfias de tráfico de cocaína da Colômbia para os Estados Unidos, e Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, chefe da quadrilha que roubou R$164 milhões do cofre-forte do escritório do Banco Central em Fortaleza.
Pelas informações levantadas até agora, mais de oito criminosos participaram do ataque; três chegaram pela frente e começaram a atirar, inclusive com fuzis 762. Numa outra ofensiva, cinco cúmplices atacaram pelos fundos. Os bandidos estavam em carros e motos. Enquanto os dois grupos cerravam fogo para chamar a atenção dos guardas, um helicóptero foi visto sobrevoando o presídio.
Para investigadores, uma das hipóteses é que o grupo tentaria tirar Beira-Mar da cadeia de helicóptero, como aconteceu com o traficante José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha. Um dos chefes do tráfico no Rio na década de 80, ele foi retirado do presídio de Ilha Grande dessa forma, numa das fugas mais espetaculares do país. Preocupado com a possibilidade de os criminosos repetirem a operação, o SPN deverá pedir ajuda da FAB para identificar os helicópteros.