Ato que mereceu críticas
As ações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) também já mereceram críticas. De fora do governo, as mais severas vieram em março de 2006, quando, provocado por uma comunicação da Caixa Econômica Federal, o Coaf determinou à PF a abertura de investigação contra o caseiro Francenildo dos Santos Costa, o Nildo, por causa de supostas movimentações atípicas.
Naquele momento, Nildo revelava a presença do ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda) em reuniões suspeitas em Brasília, numa casa alugada pela chamada República de Ribeirão Preto. Ao fim das investigações, o conselho foi excluído pelo Ministério Público da lista dos envolvidos na quebra do sigilo bancário de Nildo. O MP responsabilizou o ex-presidente da Caixa, Jorge Mattoso, Palocci e seu ex-assessor de Imprensa Marcelo Netto.
Mas o Coaf também já enfrentou críticas internas quando produziu provas contra integrantes do governo ao remeter um relatório ao Ministério Público no qual relacionou, com data, valor e beneficiário, 110 saques em espécie de R$ 250 mil em média, realizados nas contas das empresas do publicitário Marcos Valério no Banco Rural. O documento confirmou as denúncias feitas por Roberto Jefferson sobre o esquema do mensalão.
Por conta desse poderoso banco de dados, o conselho, hoje alojado no Ministério da Fazenda, é disputado dentro da administração pública. O ministro da Justiça, Tarso Genro, por exemplo, chegou a tentar transferi-lo para seu organograma, com o objetivo de fortalecer a pasta. Acabou recuando, diante da resistência do colega da Fazenda, o ministro Guido Mantega. Mas a importância de seus dados é desproporcional ao tamanho de seus quadros: conta com apenas 42 funcionários, dos quais dez são emprestados do Bando do Brasil e da Caixa.