Aumento também para inativos
Todas as medidas anunciadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF) na reestruturação do plano de cargos e salários dos professores vão repercutir imediatamente no contracheque dos 13 mil aposentados e pensionistas da rede pública de ensino. No caso dos inativos, no entanto, não haverá progressão de carreira, já que eles não exercem mais a profissão. O impacto será, portanto, exclusivo à remuneração dos aposentados e pensionistas. Uma professora que aposentou-se com mestrado, regência de classe e dedicação exclusiva em um regime de 40 horas semanais, por exemplo, terá uma remuneração de, pelo menos, R$ 5,7 mil por mês. Hoje, ela recebe em torno de R$ 4,5 mil.
As mudanças na composição do salário dos inativos repetirá a proposta dos professores que estão em sala de aula. O projeto de cargos e salários dos docentes, que será encaminhado à Câmara Legislativa no próximo dia 26, dá aumentos significativos para os vencimentos básicos dos professores, que subirá de R$ 924 para R$ 2,7 mil (confira tabela ao lado). Em compensação, a proposta corta ou extingue algumas gratificações. Com as mudanças em gratificações como Regência de Classe, de Dedicação Exclusiva e Alfabetização, o aumento médio real nos contracheques dos professores ficará entre 12% e 22%.
Os professores em Brasília sempre ficaram em segundo plano. No meu governo, invertemos isso, destaca o governador José Roberto Arruda. No primeiro ano de governo, os policiais tiveram aumento de 8,4% e os professores tiveram 12%. Então, pela primeira vez na história, conseguimos dar um aumento para os professores maior que para outras categorias, argumenta.
De acordo com o secretário de Educação, José Luiz Valente, a linha de reajustes se manterá nos próximos anos. Ele explica que a folha da Educação custa R$ 2,8 bilhões por ano. Com a recomposição de 22% da folha em 2008, serão R$ 440 milhões a mais. Com esse dinheiro, poderíamos, por exemplo, construir 100 escolas. Mas do que adianta construir 100 novas escolas se os professores não estão motivados?, pergunta o governador. Não tenho como, em dois ou três anos, recuperar o prejuízo que se fez aos professores durante 20 anos.