Autoridades e investigadores temem que Lava Jato perca apoio após impeachment

5 de setembro de 2016 10:47

Após a conclusão do impeachment de Dilma Rousseff, representantes de classe e investigadores da Lava Jato passaram a monitorar o avanço, no Congresso Nacional, de projetos que teriam como objetivo atrapalhar a apuração do esquema de corrupção na Petrobras, noticiou o jornal Estado de São Paulo, no último sábado (03/05).

 

De acordo com a publicação, as principais preocupações estão relacionadas à alteração da lei de delação premiada e de mudanças na legislação de abuso de autoridade, à possível perda de apoio do novo governo às 10 Medidas Contra a Corrupção e ao desfecho da cassação do mandato do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

 

O presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), delegado Carlos Eduardo Sobral, diz acreditar que o governo de Michel Temer não participará da reversão de conquistas no âmbito do combate à corrupção, mas aguarda para saber como será a posição do novo presidente da República, em especial em relação a cortes no orçamento da Polícia Federal. 

 

“Estamos lutando para conquistar a autonomia da Polícia Federal e evitar que o nosso orçamento seja contingenciado pelo governo. Queremos saber se o Temer seguirá o que a Dilma vinha fazendo e irá cortar ainda mais nosso orçamento”, indaga Sobral.

 

O grande temor é que com a diminuição do interesse popular após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff o Executivo e o Legislativo coloquem em prática um movimento semelhante ao enfrentado pelas autoridades italianas na Operação Mãos Limpas, que, após levar políticos e empresários para a cadeia na década de 1990, foi enfraquecida por uma série de leis aprovados no Congresso italiano.

 

Entretanto, Sobral afirma que o país está mais maduro para evitar retrocessos e vigilante para evitar as investidas políticas. “O Congresso e todas as forças políticas entenderão que para a população brasileira o combate à corrupção tornou-se prioridade”, acrescenta o presidente da ADPF.

 

Leia a íntegra da reportagem do Estado de São Paulo: http://bit.ly/2c1UBpa