Auxiliar recebeu dados
Hoje (13) será a vez de José Aparecido contar à PF sua versão dos fatos.
Fernandes contou ao delegado Sérgio Menezes, encarregado do inquérito, que os dados vieram em dois arquivos anexados num só e-mail, no último dia 20 de fevereiro.
O assessor disse ter ficado perplexo com os dados, os quais considerou uma espécie de ameaça velada aos parlamentares de oposição – que, na época, pressionavam pela publicação dos gastos reservados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
André explicou que repassou os dados ao senador por dever funcional, reafirmando a versão que já havia dado ao Estado, na semana passada.
Em caráter sigiloso, o depoimento de André começou às 15h30 e se estendeu até as 18h30, na Superintendência da PF em Brasília. Nem mesmo o advogado do assessor teve direito a ficar com cópia do depoimento.
Segundo André, os dados sobre os gastos da Presidência no governo FHC vieram em forma de planilha eletrônica. Ele disse à PF, conforme relato do advogado, que não havia pedido nada a Aparecido e que ficou surpreso e preocupado.
A planilha, conforme explicou, tem 28 páginas com informações referentes a gastos do ex-presidente. Além da pasta dedicada ao ex-casal presidencial havia outras com nomes de ex-assessores do governo FHC, como o ex-secretário geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira e o ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira. André informou também que conhece Aparecido desde 1991, quando os dois trabalharam juntos no governo paralelo de Lula – uma iniciativa do PT para reforçar sua discordância com os rumos do governo Collor..
A PF não deu por encerrado o episódio do dossiê com a divulgação do laudo do Instituto de Tecnologia da Informação (ITI) que aponta Aparecido como autor do vazamento.
O objetivo da PF agora é descobrir quem mandou fazer o dossiê e com que motivação, para estabelecer se houve crime. Nessa hipótese, os autores do dossiê podem ser indiciados por prevaricação e violação de sigilo funcional.