Azeredo afirma não ter relação com depósitos a juiz

1 de outubro de 2007 11:09

“É uma grosseira mentira, uma mentira grosseira. Não tenho nada a ver com isso, é isso que tenho a dizer”, disse Azeredo. “Tá na hora de parar com essa mentirada.”

“A matéria [da Folha] é uma mentira, não tem nada a ver comigo, não tenho nada a ver com isso, nada a ver com minha campanha”, disse Azeredo.

Em reportagem publicada ontem, a Folha revelou que Tolentino e sua mulher, Vera Maria, receberam cinco depósitos das empresas de Valério, no valor de R$ 302,3 mil, entre agosto e outubro de 1998. Segundo a PF, “recursos de estatais [foram] desviados para o caixa de coordenação financeira da campanha”.

Na época dos depósitos, Tolentino atuava como juiz do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Minas Gerais. Integrava uma lista tríplice de candidatos à vaga destinada aos advogados e foi nomeado para o cargo em julho daquele ano pelo então presidente, Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Segundo levantamento feito pela reportagem, Tolentino votou favoravelmente ao candidato tucano em processos que tramitaram no TRE mineiro.

Tolentino, que depois virou sócio de Valério numa de suas empresas, é hoje réu no processo que apura o mensalão coordenado pelo PT, pelos supostos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Indagado se conhecia ou não Tolentino, Azeredo afirmou: “Olha, o que tenho a dizer é o que estou dizendo a você, certo? É mais uma mentira, lamento que o jornal não tenha me ouvido antes”.

Sobre o comportamento da Justiça Eleitoral em relação à sua candidatura, Azeredo afirmou: “Que eu me lembre, fui até prejudicado. Eles [adversários] tiveram direito de resposta que eu não tive”.

Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, ontem, o ministro Walfrido dos Mares Guia disse que “põe as mãos no fogo” por Azeredo. Walfrido foi vice do então governador (1995-1998). “Esse é um fato que não só ele que declara, os mineiros todos me conhecem, sabem disso”, disse Azeredo. (RV)