Brasil e Portugal compartilharão software para combater os crimes de pedofilia
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; o diretor nacional da Polícia Judiciária de Portugal, Luis António Trindade Nunes das Neves e o diretor geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues assinaram nesta terça-feira (27/02) um Memorando de Entendimento para o compartilhamento do “Sistema Rapina”. Trata-se de um software desenvolvido pela Polícia Federal e usado no combate aos crimes de abuso sexual infantojuvenil. O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Luciano Leiro, esteve presente na cerimônia.
O memorando terá uma validade inicial de dois anos. O software é considerado um modelo no exterior por permitir o armazenamento de dados, facilitando a identificação de criminosos no mundo inteiro.
Ricardo Lewandowski falou a respeito do aumento da criminalidade dentro da internet, que nos últimos anos migrou do mundo real para o virtual. “Hoje, nós temos que combater a criminalidade em um novo ambiente. Isso exige novas ferramentas e quero dizer, com muito orgulho, que nós não somos apenas importadores, mas também exportadores e criadores de tecnologia de segurança pública. Tenho certeza que essa ferramenta dará muitos resultados no combate a esse crime hediondo que afeta muitos países em todo o mundo. Estamos dando mais um passo para uma cooperação que se tornará cada vez mais estreita”, afirmou.
Além de combater os crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes, o programa também poderá ser usado na investigação de crimes de lavagem de dinheiro e divulgação de fake news, entre outros.
O ministro também destacou uma recente parceria com a Alemanha, referindo-se a um acordo semelhante com o de Portugal.
O diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, conta que o Software ocasionou um aumento na qualidade das investigações e na possibilidade de tratamento de informações. “Para nós é uma honra compartilhar essa experiência e, com isso, buscar aquilo que todos nós desejamos, que é reduzir, minimizar e, quem sabe, um dia, eliminar do cenário global esse nefasto delito que é a violação de crianças e adolescentes”, disse.
De acordo com o diretor nacional da Polícia Judiciária de Portugal, o país tem enfrentado o crescimento dos crimes de ódio, entre outras modalidades de tráfico, com destaque para a de seres humanos. Dessa forma, o “Sistema Rapina” ajudará a chegar mais rápido na identificação dos autores. Ele também chamou a atenção para a importância do apoio mútuo entre as instituições. “Aquilo que é o problema de um, é o problema do outro. Se pudermos encurtar e utilizar soluções que um já tenha, vamos ganhar tempo e poupar o erário público”, concluiu.
Para o presidente da ADPF, “Parcerias como esta são essenciais. A tecnologia é fundamental para a segurança pública, tanto no que tange à prevenção quanto para a melhoria da qualidade da prova. E é por isso que a ADPF realiza há 6 anos o simpósio internacional de segurança, em Brasília, a fim de trazer as melhores práticas e tecnologias do Brasil e do mundo, realizando um intercâmbio de informações entre o público e o privado”, conta.
Este ano, a associação realizará nos dias 8 e 9 de maio o 6° Simpósio Internacional de Segurança, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília. O tema será “Inteligência, Inovação e Tecnologia no Combate à Criminalidade”. O evento tem o apoio da Polícia Federal e contará com vários painéis temáticos, como Fronteiras, Inteligência Cibernética, Smart Cities, Sistema Penitenciário, Crimes Ambientais, Crimes Financeiros, Inovações Tecnológicas, dentre outros. Para mais detalhes clique aqui.