Brasil reduzirá emissão de CO2

13 de dezembro de 2007 10:24

O Brasil finalmente criou o fato novo que se esperava na Conferência de Bali. Em seu discurso, o chanceler Celso Amorim mencionou claramente a disposição do país de assumir objetivos de redução de emissões de CO2:
– O Brasil está pronto para ampliar suas políticas públicas e programas para reduzir emissões de forma mesurável, verificável e aberta a uma periódica revisão. Convidamos outros países em desenvolvimento, em condições de fazê-lo, a seguirem o caminho – disse.
Pouco antes, em uma exposição conjunta com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, num ambiente menos formal, Amorim já havia anunciado que o Brasil aceitaria assumir “compromissos”.
A posição brasileira atendeu ao que os ambientalistas reivindicam há meses e deu ao país posição de destaque na conferência marcada por impasses e pela imobilidade dos maiores emissores: EUA e China, com seu recíproco: “vai você primeiro”.
Diante da posição brasileira, a recusa de Bush em ratificar o Protocolo de Kyoto torna-se insustentável e sofrerá nova onda de críticas internas. Já são 16 os governadores dispostos a cumprir o acordo em seus Estados, e o Congresso prepara-se para votar nova legislação sobre o clima. Já a China poderá sofrer uma pressão suplementar às vésperas do ano em que sedia as Olimpíadas.
Na exposição de Marina, foram apresentados dados de uma retração do desmatamento na Amazônia, nos últimos quatro anos, que resultam em uma efetiva redução de emissões de carbono de 14% – índice significativo se levarmos em conta que a meta de Kyoto para os países desenvolvidos era de 5%, de 1990 a 2012. Houve regime chuvoso e retração do agro-negócio, em especial da soja, no período, mas críticos e entidades independentes, como o Greenpeace, reconhecem que a performance pode ir além de um recuo sazonal.
Sintomática era a presença discreta do governador Blairo Maggi, do Mato Grosso, durante muito tempo vilão-mor da devastação da floresta pela monocultura da soja. Sentado no canto, tomava notas e assentia como aluno aplicado. Segundo Marina, o desmatamento no Mato Grosso teria caído em 79% no citado período.