Ilustração/ADPF

Brasileiras presas injustamente na Alemanha retornam ao Brasil com ajuda da PF

28 de abril de 2023 16:09

Duas brasileiras presas injustamente, na Alemanha, após terem suas malas trocadas por outras duas com drogas, no aeroporto internacional de Guarulhos (SP), chegaram no dia 14/04, ao Brasil. O caso foi resolvido graças ao trabalho da Polícia Federal.

Tudo começou em 5 de março, quando Jeanne Paolline e Kátyna Baía, moradoras de Goiânia (GO), viajaram para a Alemanha e, no aeroporto em Frankfurt, a polícia apreendeu no bagageiro do avião, duas malas com 20 kg de cocaína cada, etiquetadas com os nomes das duas. A prisão aconteceu ainda na fila de embarque da escala. As duas passageiras não tiveram acesso à bagagem e não sabiam o que estava acontecendo.

A prisão das brasileiras motivou uma operação da Polícia Federal para descobrir o que teria acontecido, antes do embarque, em São Paulo. Foi quando a PF de São Paulo fez a identificação das duas vítimas, na área restrita e repassou essas informações para a PF de Goiás.

Segundo o delegado de Polícia Federal Bruno Gama, que atuou no caso, em Goiás, a ação da PF iniciou com a obtenção de mais informações a respeito da viagem de Jeanne e Kátyna. Desde o momento do despacho das bagagens ao trajeto dos voos de ida, incluindo a checagem das câmeras de vigilância, tanto do aeroporto de Goiânia, quanto do prédio residencial das duas.

As análises dos dados colhidos, incluindo as câmeras, indicavam que as malas despachadas pelas goianas eram diferentes das bagagens apreendidas com drogas, apesar de constar nas etiquetas os nomes das duas. A partir dessa observação, foram feitas outras investigações nas câmeras do aeroporto internacional de Guarulhos.

A Polícia Federal de SP realizou a análise das câmeras de vigilância, constatando-se, então, ter havido uma ação criminosa de grupo com atuação no aeroporto de Guarulhos que colocou bagagens com drogas na área restrita do local e as encaminhou ao terminal de voos internacionais, onde foi feita a troca de etiquetas.

Durante as investigações, foram identificadas outras vítimas que também tiveram etiquetas de bagagens adulteradas, originárias de Goiânia e com conexão no aeroporto internacional de Guarulhos. Esse reconhecimento foi feito devido ao trabalho da PF de São Paulo. Um pedido de prisão foi feito para os integrantes da organização criminosa. Os mandados de prisão, busca e apreensão foram realizados em 4/4.

O delegado de Polícia Federal, Felipe Lavareda, que atuou no caso, em São Paulo, fez o contato com a advogada das duas brasileiras e logo em seguida, todas as informações apuradas pela PF, incluindo um pen drive com todas as evidências que constatavam a inocência das vítimas, foram repassadas para a polícia alemã, pelo delegado, Lavareda. A soltura das brasileiras foi solicitada e a audiência de custódia na Alemanha foi realizada, o que possibilitou a liberação de Jeanne e Kátyna.

De acordo com Bruno Gama, a ação foi um trabalho conjunto entre vários setores da Polícia Federal, principalmente da Diretoria de Cooperação Internacional, além do apoio de outros órgãos do Ministério da Justiça e Segurança Pública e do Ministério das Relações Exteriores.

O superintendente da Polícia Federal em São Paulo, delegado Rogério Giampaoli, reforça que o trabalho foi realizado devido à ação em equipe. Segundo ele, “Esse trabalho é a demonstração da PF cidadã e republicana que temos, com uma grande interlocução entre suas unidades e órgãos externos”, explica.

Jeanne e Kátyna foram soltas no dia 11 de abril e retornaram ao Brasil no dia 14. Elas foram recepcionadas pela Polícia Federal, que garantiu uma chegada segura ao país.

“Queremos agradecer o trabalho da Polícia Federal aqui no Brasil que agiu de forma rápida e eficiente. Sabemos que o envio dos vídeos foi fundamental para a nossa liberdade, sem eles, iríamos pagar por um crime que nós não cometemos”, disse Jeanne, ao ser liberta, na Alemanha. “Fomos recebidas de forma injusta, maltratadas pela polícia alemã, injustiçadas, pagando 38 dias por um crime que não nos pertence”, completou Kátyna. “Quero agradecer imensamente ao incansável trabalho da Polícia Federal. Posso dizer com muita clareza que vocês trouxeram nossa vida de volta, a nossa liberdade, o nosso direito de ir e vir, porque se fossemos cumprir o que a legislação de lá ordenava, iríamos ficar em média 15 anos presas. Agradeço ao trabalho da PF, a polícia não só prende, mas ela também liberta e devolve a vida”, concluiu.