Cadeirante se declara fã da Polícia Federal
A Polícia Federal vem conquistando ao longo do tempo vários admiradores, seja pelo trabalho de investigação executado ou mesmo pela satisfação dos cidadãos ao verem o engajamento da instituição no combate à corrupção. A carioca Narli, 59 anos, é um bom exemplo de como os brasileiros têm se identificado com a PF, principalmente depois das deflagrações da Operação Lava Jato, em 2014, a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve.
Narli Blanco Resende Pinto de Souza é aposentada, mora com o filho de 20 anos na cidade de Curitiba, Paraná, para onde se mudou em janeiro de 2010 e há dois anos é vizinha da Superintendência da Polícia Federal, o que não é uma coincidência, já que ela se declara fã de carteirinha de tudo o que a PF realiza.
Se a história terminasse por aqui não haveria nenhuma grande novidade sobre a vida de uma cidadã que simplesmente quer acompanhar algo que admira, mas Narli sofre de uma doença degenerativa que a impede de andar. Em outubro do ano passado ela descobriu ser portadora de polimiosite, uma doença autoimune que causa inflamação dos músculos e consequentemente a perda dos movimentos ao longo do tempo. Antes da limitação física surgir, Narli já participava ativamente de manifestos com outros ativistas.
A adaptação à nova vida, segundo ela, foi tranquila, mas a verdadeira independência veio quando ganhou uma cadeira elétrica comprada pelos próprios colegas ativistas. Eles souberam da história de Narli, se juntaram no mesmo propósito e a presentearam com um equipamento que lhe rendeu a mobilidade que havia perdido. Tudo para que ela continuasse empenhada a participar dos movimentos, algo que deu ainda mais força a esta carioca. "Eles sabiam que eu queria continuar participando dos manifestos e esse gesto foi muito bonito, me deu a independência que eu tinha antes de me tornar cadeirante. Na hora falei que não fazia sentido, fiquei com vergonha, mas achei um gesto de carinho e era uma maneira para eu continuar minha vida", contou emocionada. O presente foi estreado no dia 15 de março, em uma manifestação realizada em todo país.
A paixão pela Polícia Federal começou muito cedo na vida de Narli. A influência veio da família. O pai era militar e ela foi professora dentro da base aérea. Ela admite que viver em ambientes assim a influenciaram ao longo da vida. "A gente pega amor pela coisa organizada, cuidar do Brasil. Comecei a admirar a PF nos aeroportos acompanhando a segurança, a fiscalização… Achava tudo muito bacana", revela a fã.
Desde 2011 ela vai para as ruas pedir justiça e o fim da impunidade nos crimes de corrupção do Brasil. Toda vez que alguma nova fase da Operação Lava Jato é deflagrada, Narli se prepara e fica de prontidão na frente da Superintendência ou mesmo da Justiça Federal, com bandeiras, gritos de apoio e muito agradecimento aos policiais federais. "Já passei sete horas em frente a Justiça Federal acompanhando o depoimento do José Dirceu e outra vez distribuí rosas para os policiais da Lava Jato como forma de agradecimento, simbolizando nossa admiração. Eles não entendem muito na hora, mas depois aceitam bem nosso ato", conta orgulhosa.
E toda essa paixão também foi impressa em uma marchinha de carnaval. Como boa carioca amante do samba, Narli fundou um bloco chamado "Num prende que eu gamo" como uma homenagem à Polícia Federal. Ela promete que em 2017 o bloco vai sair de seu bairro para finalmente estrear como bloco carnavalesco nas ruas de Curitiba.
Tanta admiração fez com que a aposentada se tornasse um exemplo no meio dos ativistas da batalha do cidadão brasileiro que luta por um país sem corrupção. Orgulhosa, ela ainda deixa um recado aos policiais federais. "Sou super a favor da PF, admiro o trabalho, percebemos que é consistente, técnico, só esperamos que apesar de tudo que sofrem, que eles não desanimem e que contem com a população para apoiar e defender sempre o que é certo. Vamos brigar até o fim para que nunca haja impedimento algum. Defendo a autonomia e o trabalho, porque, assim como falamos na internet, #somostodospoliciafederal", declara.