Carreiras prometem radicalizar ações em virtude da falta de negociação salarial
As entidades que representam as carreiras típicas de Estado se reuniram, na sexta-feira (29/6), com o secretário-executivo adjunto do Ministério do Planejamento, Valter Correia; com o secretário de Relações do Trabalho no Serviço Público, Sérgio Mendonça, e com sua adjunta, Marcela Tapajós, para manifestar desagrado com a falta de negociação salarial.
O encontro ocorreu um dia após a grande mobilização das categorias, que reuniu mais de 1.500 servidores públicos em frente ao Ministério do Planejamento, dentre eles dezenas de Auditores-Fiscais.
Na reunião, Walter Correia disse que queria ouvir as entidades. O presidente do Sindifisco Nacional abriu a discussão lembrando de todo o processo de negociação com o Executivo, instaurado no ano passado, e da insatisfação generalizada diante da demora de uma posição para as propostas apresentadas na Campanha Salarial.
“Em virtude disso, na Receita Federal do Brasil, iniciamos operação-padrão e crédito zero, com prejuízos notórios para o Governo e os empresários. A questão é a seguinte: nós estamos dispostos a negociar. E o Governo, está disposto ou vai bancar uma radicalização com os servidores públicos? Porque se de fato ele está disposto a agir desta maneira, nós também estamos preparados”, disse.
Delarue sinalizou que, caso o Governo pense em trabalhar com a data de 31 de agosto – prazo limite para tramitação de um PL (Projeto de Lei) no Congresso Nacional sobre reajuste de carreiras de servidores públicos – para dar uma resposta negativa, será um desastre. “Nosso horizonte ultrapassa essa data. Nesse caso, a insatisfação será crescente. A radicalização que vier do lado de lá vai ter uma resposta das carreiras típicas de Estado”, concluiu.
Enfrentamento – O presidente da ADPF (Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal), Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, disse que o recado do Executivo às necessidades expostas pelas carreiras será lembrado no dia a dia das atividades da Classe.
“Na Polícia Federal, há um lema que diz ‘Missão dada, missão cumprida’. Temos que levar para a base que, em relação a esse Governo, missão dada é missão cumprida se houver condições. Iniciaremos um processo de operação nos limites da legalidade da legislação e vamos levar para a sociedade como é que o Governo trata a segurança pública no país”.
A mesma postura foi apresentada pelo presidente da Unafe (União dos Advogados Públicos Federais do Brasil), Luis Carlos Palácios, e pela presidente da Anajur (Associação Nacional dos Membros das Carreiras da Advocacia-Geral da União) e vice-presidente do Fórum Nacional da Advocacia Pública Federal, Joana D’arc Mello.
“Com relação à insatisfação na AGU, ela é geral, e se nós não tivermos uma proposta com certeza será deflagrada uma operação-padrão. O ânimo da Classe não será mais o mesmo. Se tivermos dez dias para recorrer, recorreremos apenas no último dia, o que atrasará a defesa da União, trazendo grandes prejuízos para o Estado”, afirmou Joana.
Ao final, o secretário-executivo ressaltou a importância das carreiras, mas manteve a alegação de que o Governo ainda não tem uma posição sobre a recomposição salarial. “Ainda não temos uma resposta, mas o assunto está sendo levado a sério em diversas discussões”.
“Da nossa parte, não se esperava que houvesse qualquer colocação mais consequente da que se colocou agora, mas é importante o diálogo no sentido de falarmos de forma clara que o nosso limite se esgotou em relação à falta de atenção do Governo às nossas reivindicações”, ponderou Delarue finalizando a reunião.
O presidente do Sindifisco avalia que o objetivo da reunião foi levar a posição das entidades, que é unânime. “Nossa paciência se esgotou. Se a resposta vier dia 31 de julho ou de agosto, o problema é do Governo. Continuaremos nossa movimentação até que o Governo nos dê a resposta que precisa nos dar, seja nessa data ou depois dela. Até lá, ele é quem sofrerá as consequências de seus próprios atos”.
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