Chefe da polícia inglesa faria tudo novamente

24 de outubro de 2007 10:28

Em relação às minhas próprias decisões, sabendo o que agora sei e o que me foi dito nesse momento, não mudaria minhas decisões, afirmou Cressida Dick em depoimento à corte de Old Bailey, onde transcorre o julgamento da Scotland Yard pela morte do eletricista.

Jean Charles de Menezes foi morto na estação de metrô de Stockwell (sul) com sete tiros na cabeça disparados pela polícia, duas semanas depois dos sangrentos atentados de 7 julho de 2005 em Londres.

Pensamos centenas de vezes que poderia ter sido diferente, o que poderia ter sido feito para que Jean Charles estivesse ainda com vida, afirmou a chefe da operação.

Dick foi ouvida sobre se não teria sido mais seguro deter Jean Charles antes que ele entrasse no metrô, algo que policiais admitiram, durante depoimento, ter tido várias oportunidades para fazê-lo.

Pensei nisso. Mas não estou convencida de que fosse mais seguro, respondeu a policial, que depois da morte do brasileiro foi promovida.

A defesa da família de Jean Charles disse ao júri que a chefe da operação havia falhado totalmente ao não ordenar a detenção do brasileiro quando teve oportunidade para isso, sem risco.

Não aceito, afirmou Cressida Dick, a única policial que até agora não falou sob anonimato, nem oculta por uma cortina preta, porque sempre foi sabido que era ela a responsável pela operação.

Na semana passada, Cressida Dick negou na corte ter dado a ordem de matar o homem que a polícia pensava que era um terrorista, e disse que só ordenara que ele fosse detido.