Chefe do esquema de tráfico de órgãos deve chegar ao Brasil no próximo sábado

31 de julho de 2014 17:16

No dia seis de junho do ano passado, o homem apontado como chefe do esquema de tráfico de pessoas e órgãos, foi preso no aeroporto de Fiumicino, em Roma, quando tentava entrar na Itália vindo de Boston, nos Estados Unidos.

A operação Bisturi, iniciada em março de 2003 e concluída em dezembro do mesmo ano, teve o objetivo de desarticular uma quadrilha de traficantes de pessoas para retirada de órgãos no Brasil com ramificações na África do Sul e em Israel, que aliciavam cidadãos pobres e em situação financeira difícil eno Recife e cidades do interior de Pernambuco para a retirada dos rins que eram transplantados em pacientes de Israel na África do Sul, aplicando um golpe no sistema de saúde daquele país, que indenizada cada cirurgia com o valor de U$ 150 mil dólares.

No dia 28 de julho, a Polícia Federal em Pernambuco enviou dois policiais federais, um delegado e um agente da Interpol para Roma, com o objetivo de trazer o preso de volta para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), onde o preso ficará a disposição da 1ª Vara Regional de Execução Penal. A previsão de chegada ao Recife é para o dia dois de agosto, às 13h30.

Gedalia era considerado foragido desde que não retornou ao Brasil depois de receber o aval da Justiça de Pernambuco para realizar uma viajem pelo período de 30 dias em janeiro de 2009. Em outubro do mesmo ano, o estrangeiro teve a prisão decretada, passando a ser procurado pela polícia internacional. 

O suspeito foi detido por policiais italianos que desconfiaram da falsidade do passaporte, o interrogaram e, após uma pesquisa na base de dados da Interpol, descobriram que o ex-oficial era procurado em todo o mundo.  

Em cooperação ao juiz Luiz Gomes da Rocha Neto, responsável pela 1ª Vara Regional de Execução Penal, a Polícia Federal agilizou a extradição do foragido, da Itália para o Brasil para que ele cumpra a pena de reclusão em um presídio pernambucano. O estranegiro foi condenado a 11 anos e nove meses, por tráfico de órgãos em continuidade delitiva e formação de quadrilha, pena posteriormente comutada para oito anos nove meses e 22 dias, faltando cumprir quatro anos e nove meses e seis dias.

Ao tomar conhecimento dua prisão, o Governo Brasileiro, por meio de um pedido formalizado pela Vara de Execuções Penais/PE ao Ministério da Justiça, fez um pedido ao Governo Italiano de extradição do ex-oficial israelense, baseado no tratado bilateral de reciprocidade entre os dois países, que foi deferido pelo Ministro da Justiça Italiana no dia 16 de julho de 2014 e comunicada por Nota Verbal pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália à Embaixada no Brasil em Roma.