Chinaglia quer CPI do leite adulterado

26 de outubro de 2007 11:43

– No mínimo temos que fazer pressão para que se esclareçam essas denúncias. Podemos fazer comissão externa para ir até lá, acho que as iniciativas da Câmara permitem aumentar a pressão da sociedade. Pode ser CPI, eu sempre sou a favor de investigar – sugeriu o petista.

Chinaglia afirmou, no entanto, que as investigações dos deputados não podem “chover no molhado” nem se transformar em ação eleitoral.

– A investigação tem que ser séria, firme – disse.

Esta semana, a Polícia Federal – com apoio de promotores do Ministério Público Estadual e Federal em Minas – deflagrou a Operação Ouro Branco, que prendeu 27 pessoas suspeitas de envolvimento com a adulteração de leite.

Funcionários da Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Coopervale), de Uberaba, afirmaram em depoimentos prestados à PF que a mistura com soda cáustica era adicionada ao leite longa vida integral havia mais de dois anos.

A ação atingiu também a Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro (Casmil), de Passos, suspeita de adicionar água oxigenada misturada em soro ao leite. Juntas, as cooperativas produzem 400 mil litros de leite por dia.

De acordo com a investigação dos agentes da PF, outros produtos impróprios para o consumo, como citrato de sódio, eram adicionados ao leite para aumentar o prazo de conservação e o volume do produto.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) começou ontem a rastrear o leite adulterado pela Coopervale e pela Casmil. A operação conta com a participação de técnicos da Anvisa e do Ministério da Agricultura, que devem agir em Uberaba. Por ordem do Ministério Público Estadual, o leite longa vida de três marcas – Parmalat, Calu e Centenário – foi recolhido das prateleiras dos supermercados da cidade.

Em Passos, os promotores não ordenaram o recolhimento do leite nos supermercados porque o produto adulterado não seria revendido na cidade.

Com o rastreamento do leite, a Anvisa poderá iniciar a coleta de leite longa vida para análise. O produto deve ser retirado definitivamente do mercado se irregularidades forem comprovadas. As empresas podem receber sanções que vão de advertência a multa de R$ 1,5 milhão.

A Anvisa aconselha quem encontrar qualquer aspecto diferente no leite – cor, odor ou sabor – a comunicar o fato à vigilância sanitária local ou entrar em contato com a agência pelo endereço de correio eletrônico ouvidoria@anvisa.gov.br.