Chinaglia X Tarso

2 de maio de 2008 12:14

O deputado afirmou que a polícia tem de pedir autorização para atuar na Câmara, uma vez que nem no regime militar houve invasão.

 Podemos estender (essa tese) para qualquer espaço, desde os mais preservados até os mais familiares. Portanto, acho que por aí essa discussão não deve caminhar. Quero ressaltar, primeiro, o direito de qualquer um poder usar as dependências da Câmara para defender seus interesses e seus valores  afirmou

Genro, anteontem reforçou a queda de braço com o presidente da Câmara:

 Se for dito que a PF não pode filmar (dentro da Câmara), não filmará. Mas aí pode ocorrer um certo problema como, por exemplo, as pessoas que são suspeitas escolherem os corredores da Câmara para fazer contatos ilegais. Estariam protegidas por essa impossibilidade de investigação da polícia”.

Ambiente preservado
Para Chinaglia, o ambiente público deve ser preservado.

 O que quero dizer? É que, se alguém do povo quiser procurar um parlamentar para reivindicar ou fazer uma denúncia, se ele se sentir vigiado, policiado por câmeras, pode não se sentir à vontade, essa é a nossa tese  argumentou.

Na Operação Santa Teresa, que apura supostos desvios de verba do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), agentes da PF entraram na Casa para espionar o lobista João Pedro de Moura, ex-conselheiro do banco indicado pela Força Sindical e ex-assessor de Paulo Pereira da Silva (PDT), o Paulinho, presidente da entidade. Ambos foram fotografados juntos.

O petista comparou o que chamou de invasão de privacidade dos parlamentares a uma eventual atuação da PF em outros Poderes.

 A PF entra nos corredores do Supremo Tribunal Federal sem ser autorizada? Não. Eu não posso concluir, portanto, que os corredores do Supremo se transformariam num espaço para conversas ilícitas. Essa associação deve ser evitada. Eu respeito o ministro, mas não concordo com esse tipo de comparação  afirmou.

Chinaglia disse que, se a PF quiser entrar na Câmara, primeiro terá de pedir autorização formal.

 Ninguém está ali para acobertar nada, porque não sabemos o que eventualmente ocorre, mas há uma polícia legislativa que tem poder para atuar. A ditadura nunca invadiu o Parlamento  acrescentou.

O ministro afirmou que recebeu correspondência de Chinaglia.

 Eu vou responder. Se o presidente da Câmara determinar que naquele ambiente não poderá ocorrer filmagens, não será mais feito. Mas até agora não há nenhuma proibição formal  evidenciou.

Chinaglia voltou a atacar a PF, classificando o fato como “um acinte, uma afronta”. Disse que seria a mesma coisa de a PF entrar no Planalto e “ficar fotografando, filmando sem consultar ninguém antes”.