Ciclo de alta do real chega perto do fim

11 de dezembro de 2007 13:02

Depois da enxurrada de dólares deste ano, quando as reservas internacionais cresceram mais do que US$ 94 bilhões, o fluxo de recursos externos deverá continuar forte em 2008, mas deverá se reduzir, por causa dos impactos da crise de inadimplência das hipotecas americanas na economia internacional.
O saldo da balança comercial será menor, prevêem os especialistas, e a remessa de lucros e dividendos deve continuar a crescer, reduzindo o superávit em conta corrente ou até mesmo criando um déficit. As apostas são de continuidade no fluxo de recursos externos para a bolsa e títulos de renda fixa no mercado interno, como neste ano, mas em menor valor do que em 2007. O investimento externo direto deverá continuar fortemente positivo, mas cair, diminuindo o superávit na conta de capitais.
Em 2008, o dólar deve começar em baixa, podendo bater até nos R$ 1,60, segundo Drausio Giacomelli, estrategista para América Latina e Europa do Deutsche Bank. A proximidade de o país obter o grau de investimento, selo de investimento não especulativo, deve ajudar. Mas, a valorização não vai se sustentar e a hipótese mais provável é de estabilidade no final do ano, dizem os economistas.
O cenário básico usado por eles é de desaceleração no crescimento econômico dos Estados Unidos. Na hipótese de uma recessão, com forte queda nos preços dos commodities, o dólar poderia chegar a R$ 2,25, uma valorização de 27% na comparação com a cotação de R$ 1,768, segundo Alexandre Lintz, estrategista do BNP Paribas.