Cinco servidores do Ibama são presos

Entres os funcionários do Ibama -que não tiveram os nomes revelados- está o chefe da unidade de Lorena, Evandro Chaves. Além dos servidores federais, um empresário também foi preso na operação.

As investigações, que se iniciaram há cerca de seis meses, apontam que o grupo preso extraía e comercializava madeira retirada irregularmente da Floresta Nacional de Lorena.

O procurador da República Adjame Oliveira afirmou que um caminhão carregado com madeira foi flagrado durante as investigações deixando a área da floresta escoltado por um carro do Ibama. “Com certeza saíram outros carregamentos”, declarou Oliveira.

Dentro da unidade de conservação, segundo ele, havia uma serraria clandestina.

Por meio de monitoramento telefônico autorizado pela Justiça de conversas do chefe do Ibama de Lorena, “confirmou-se que vem ocorrendo extração irregular de grande quantidade de madeira no interior da unidade florestal, que era vendida a serralherias e outras empresas”, informou a Procuradoria, pela sua assessoria.

O Ministério Público Federal de São Paulo aponta que, além de extrair madeira da área, os servidores comercializavam mudas de plantas com registro do Ibama sem o recolhimento de taxa federal, que era “apropriada pelos servidores”.

A PF e a Procuradoria apuram ainda o envolvimento dos servidores em acusações de maus-tratos e desaparecimento de animais. Os presos foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória de Taubaté. A reportagem não conseguiu contato com advogados deles.

O Ibama disse que os servidores presos serão afastados de suas funções. Será instaurado um processo administrativo para apurar responsabilidades.

Com uma área de 249,31 hectares, a Floresta Nacional de Lorena foi criada por uma portaria em 2001 para “promover o manejo adequado dos recursos naturais e garantir a proteção dos recursos hídricos”.