Cisco: Ministério Público quer prorrogar prisão

19 de outubro de 2007 10:30

O prazo da prisão temporária termina no domingo. Se até lá a Justiça Federal não prorrogar o prazo, a polícia terá que soltar os acusados. A prorrogação da temporária seria o primeiro passo para um pedido de prisão preventiva. Neste caso, os suspeitos teriam que permanecer presos pelo menos até o fim das investigações. Na terça-feira, 40 pessoas foram presas.
A PF também deve enviar hoje ao juiz Alexandre Cassettari, da 4ª Vara Federal Criminal, um resumo das diligências e dos depoimentos dos envolvidos. Depois da análise do balanço da PF, o juiz decidirá sobre os pedidos de revogações das prisões, apresentados desde anteontem pelos advogados. Ontem, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região indeferiu, por liminar, pedido de habeas corpus para um dos detidos, Maurício Rocha Maia.
O mérito ainda será julgado. O criminalista Celso Villardi, que representa vários dos executivos presos, disse que juntou ao pedido de revogação os depoimentos dos envolvidos, feitos na terça-feira: As prisões temporárias foram decretadas para garantir o sucesso das buscas, considerando que, soltos, eles poderiam atrapalhar as investigações.
Como isso já foi feito, não vemos motivo para a manutenção das prisões.
Já o MPF considera que vários dos detidos terão que permanecer presos para não atrapalhar a continuidade das apurações da PF.

Receita Federal quer leiloar o material apreendido Numa outra frente de atuação, a Receita Federal pedirá à Justiça Federal acesso aos autos do inquérito da operação. A partir daí, a Receita pretende abrir um processo administrativo para se apropriar dos bens recolhidos na terça-feira. A idéia é levar o material a leilão ou fazer doações a órgãos públicos interessados nos equipamentos. Os fiscais acreditam que, em menos de seis meses, o processo estará concluído. Os bens estão orçados em R$ 60 milhões. A Cisco e a Mude são acusadas de combinar superfaturamento e subfaturamento de mercadorias importadas para pagar menos impostos. O esquema teria resultado num prejuízo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos. Para a Receita, não há dificuldade para se comprovar a interposição fraudulenta. Essa seria a base do suposto esquema das duas empresas. O crime também já foi caracterizado no inquérito da PF. Vários presos foram indiciados pelo crime.