Citado em operação da PF vai para a Aneel

14 de setembro de 2007 11:36

Menescal chefiava o departamento de obras hídricas do Ministério da Integração Nacional e pediu afastamento do cargo após a operação da PF, quando retornou à Agência Nacional de Águas (ANA), de onde é funcionário de carreira. Ele tem mestrado em geotecnia e faz doutorado em recursos hídricos.

A PF esclareceu ter descartado o envolvimento de Menescal na máfia da Gautama. Ele não foi indiciado e não chegou a ser alvo de investigações, segundo a PF. Nas escutas, o então subsecretário de Infra-Estrutura de Alagoas, Denisson Tenório, preso na operação, aparecia conversando com Menescal, que falava em “redução de perdas” ao tratar do sistema de abastecimento da região metropolitana de Maceió (Sistema Pratagy), que compreende a construção da Barragem Duas Bocas e o reforço e a ampliação dos sistemas adutores.

Menescal explica que houve confusão por causa dos termos utilizados, e argumenta que Denisson era, obrigatoriamente, seu interlocutor em Alagoas. Ele cuidava do mérito técnico das obras e acompanhava convênios com Estados. Segundo ele, a documentação expunha que a região metropolitana de Maceió passa por problemas de abastecimento devido à superexploração dos mananciais subterrâneos atuais e que a obra no Pratagy era a solução técnica mais viável.

De acordo com Menescal, sua ida à Aneel vinha sendo negociada desde dezembro do ano passado. “Sou um técnico e não tenho ligação política com ninguém. Essa confusão está destruindo 14 anos da minha vida profissional”, disse ontem. Ele aguarda a liberação da ANA para assumir a superintendência na Aneel, a convite do diretor-geral Jerson Kelman. “Infelizmente, apesar do nada consta da PF, o prejuízo está feito.” (DR)