Coluna: A velha lista

19 de setembro de 2007 11:27

No relatório da PF, ela aparece como sendo a lista de Claudio Mourão , tesoureiro da campanha de Eduardo Azeredo à reeleição como governador de Minas, em 1998. Mas já circulou também como lista de Dimas , dos que teriam recebido de um caixa dois montado por Dimas Toledo em Furnas. Seu difusor foi o lobista Nilton Monteiro, que responde a diversos processos por falsificação de documentos.
A primeira versão foi uma lista fotocopiada, de cinco páginas, sem data nem assinatura.

Ele a entregou à PF em julho, mas em novembro apresentou uma outra, que seria a verdadeira e trazia a assinatura do tesoureiro de Azeredo.
A PF atesta a autenticidade material dessa segunda lista, mas não há provas de sua autenticidade intelectual ou ideológica. Pode ser original, mas ser falsa. É também discutível que alguém tenha se recordado, em 2005, quando a lista teria sido feita, de 150 nomes, sete anos depois.

É ainda estranha a mistura política de nomes, nela aparecendo tucanos, pefelistas e outros aliados de Azeredo, e também um petista como o deputado Gilmar Machado.
O ministro Mares Guia, suspeito de ter participado do esquema por ter emprestado R$ 500 mil a Azeredo, mais tarde, para o pagamento de um empréstimo, não foi, diferentemente do que se afirmou aqui ontem, coordenador político e financeiro de Azeredo em 1998. Nem um nem outro, ele esclarece. Fora vice-governador, mas disputava uma vaga de deputado federal, não tendo participado da campanha majoritária. A PF estranha a origem dos recursos de sua empresa patrimonial, a Biobrás.

Em Minas, é mesmo sabido que ele fez um negócio milionário ao vender a Biobrás, único fabricante nacional de insulina, a uma empresa estrangeira.
Foi o que ele explicou ontem ao procurador-geral e ao presidente Lula. A este, assegurando que está contrariado, mas nem um pouco preocupado com a denúncia.