Com recorde de participações, Simpósio reúne especialistas para tratar de tecnologia no combate ao crime
O 3º Simpósio Internacional de Segurança – As Inovações Tecnológicas no Combate à Criminalidade bateu recorde de participações, em 2020, quando, pela primeira vez, foi realizado de forma virtual, durante três dias, de 19 a 21 de outubro. Foram cerca de três mil inscrições de participantes das áreas de segurança, inteligência e tecnologia, os quais puderam acompanhar as novidades, as soluções, as facilidades, as dificuldades, as experiências e as boas práticas relativas a tudo que envolve o uso da tecnologia em investigações e combate ao crime.
Para o evento, vieram especialistas de várias partes do Brasil e do mundo para participarem como painelistas, de modo presencial ou remotamente. As gravações dos Painéis do Simpósio ocorreram no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF), onde uma ampla estrutura foi especialmente montada. Confira a participação das autoridades participantes no final desta reportagem.
Para o presidente da ADPF, Edvandir Felix de Paiva, o Simpósio de Segurança não é apenas um evento, mas uma maneira de os delegados de Polícia Federal de todo o País contribuírem com as discussões sobre segurança pública nacional. “Nossa obrigação não é apenas apresentar os problemas e fazer reclamações, também podemos apresentar soluções e apontar os caminhos disponíveis e os que poderão ser percorridos”, afirma.
Segundo Paiva, iniciativas tecnológicas apresentadas em edições anteriores foram incorporadas no combate ao crime em diversas regiões do Brasil. “Todo ano, o Simpósio acaba sendo inédito porque a tecnologia muda todo dia. E se não continuarmos realizando esse evento, não teremos essas novidades”, avalia.
Simpósio virtual
O presidente da ADPF lembrou ainda do desafio de realizar a atual edição do Simpósio, previsto para ocorrer em maio, mas adiado por causa da pandemia de Covid-19. No encerramento, Edvandir Paiva agradeceu ao coordenador do evento, delegado federal Luciano Leiro, vice-presidente da associação, diretor regional da ADPF-DF e coordenador-geral do Simpósio.
“Como presidente da ADPF, me cabe fazer a parceria, acreditar e dar o aval institucional a todos os diretores regionais que queiram e possam fazer eventos como esse. É um orgulho ter esse evento que manteve o nosso compromisso de apresentar soluções. Que tenha vida longa o Simpósio Internacional de Segurança, feito e pensado pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, uma ideia do Dr. Luciano Leiro que observou a necessidade de realizá-lo”, disse Paiva.
A migração do espaço físico para o virtual começou em maio, com uma série de lives preparatórias, com a participação de convidados que abordaram os temas do Simpósio. Ao todo, foram 12 painéis divididos em temas de segurança pública, inteligência e investigação criminal, com demonstrações de uso da tecnologia no combate ao crime. Em paralelo, houve uma exposição virtual de soluções tecnológicas. O acesso à plataforma para a visualização dos painéis e da exposição virtual ficará disponível até 31 de outubro, aos inscritos.
Outra iniciativa inovadora foi o Desafio InteSeg, como parte da programação do Simpósio, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias aplicadas à segurança pública. O Desafio foi realizado por meio de Chamada Pública voltado para as startups do Distrito Federal, com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAPDF), uma das patrocinadoras do evento. Os projetos vencedores foram apresentados em um dos painéis, no último dia do evento, com a participação do presidente da FAPDF, Marco Antônio Costa Júnior.
“Agradeço a todos que acreditaram nessa proposta e que participaram desse debate tão importante sobre o uso da tecnologia no combate ao crime, aos nossos patrocinadores e às empresas que demonstraram as tecnologias que podem ser aplicadas à segurança pública. É essa integração que leva esse evento a ser um sucesso”, disse o delegado Luciano Leiro.
O 3º Simpósio de Segurança contou com 21 patrocínios e apoio institucional de 18 órgãos públicos e privados, entre eles, Polícia Federal, Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF), Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp/MJSP) e Secretaria de Estado de Turismo do Distrito Federal (Setur/DF).
Painéis
Segunda-feira (19 de outubro de 2020)
14h – O painel de abertura teve como participantes os delegados federais Rolando Alexandre de Souza, diretor-geral da Polícia Federal, e João Vianey Xavier Filho, corregedor-geral da PF. Eles apresentaram o tema “Modernização tecnológica da investigação na Polícia Federal”. O moderador foi o delegado de Polícia Federal e presidente da ADPF, Edvandir Felix de Paiva.
15h30 – O painel “Crimes financeiros” foi dividido em três partes. Elvis Aparecido Secco, delegado de Polícia Federal e coordenador-geral de Repressão às Drogas, Armas e Facções Criminosas da Polícia Federal falou sobre “Investigação patrimonial no tráfico de drogas e tecnologia”; Eduardo Negreiros, diretor de vendas da Cellebrite, tratou do tema “Rastreando criptomoeda e resolvendo os desafios da investigação criminal com a inteligência digital”; e Giovani Thibau, presidente da Techbiz, abordou o “Uso de fontes públicas para enriquecimento de informações em inteligência policial”. O mediador foi o delegado federal Luciano Leiro, coordenador do Simpósio e vice-presidente da ADPF.
17h30 – No painel “Fronteiras e cooperação internacional”, Fernando Ballalai Berbert de Castro Junior, delegado de Polícia Federal e chefe da Divisão de Controle de Imigração e Segurança de Fronteira da PF falou de “Novas tecnologias no controle migratório: perspectivas no aumento da segurança, eficiência e uso como ferramenta investigativa”; Mariana Batista, representante da Embaixada Britânica no Brasil – UK Defence and Security Exports expôs “O setor de segurança do Reino Unido”; Gabriel Wichrowski, gerente sênior de Desenvolvimento de Negócios – Governos e Biometria – SITA falou de “Segurança no controle de fronteiras – Tendências e Tecnologia”; e Luiz Péres, gerente de vendas de Rádio Monitoramento – Rohde & Schwarz do Brasil mostrou “Soluções de rádio monitoramento e rádio localização em apoio a operações nas regiões de fronteira”. A mediadora foi Nelbe Ferraz de Freitas, delegada de Polícia Federal e vice-diretora regional da ADPF-DF.
Terça-feira (20 de outubro de 2020)
9h – O painel “Segurança pública e formas de financiamento” teve como participantes, Ronney Augusto Matsui Araújo, delegado de Polícia Civil e secretário nacional de segurança pública adjunto da Secretaria Nacional de Segurança Pública do MJSP abordando o tema “Os desafios da política nacional de segurança pública: o papel da Senasp no combate à criminalidade”; Verochile da Silva Júnior, coordenador do Departamento de Projetos e Políticas de Direitos Difusos e Coletivos do MJSP, que falou do “Fundo de Defesa de Direitos Difusos”; e Lucas Alves de Lima Barros de Góes, chefe da Assessoria Especial de Assuntos Federativos e Parlamentares do Ministro da Justiça e Segurança Pública falando de “Emendas Parlamentares”. O mediador foi Cristiano Barbosa Sampaio, delegado de Polícia Federal, secretário de Segurança Pública do Tocantins e presidente do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública (Consesp).
11h – O painel “Inovações” teve a participação de Gilad Sahar, diretor de Negócios – NSO – Pixcell falando de “Drones – As ameaças do novo mundo!”; Edison Ambrósio, diretor de Vendas para Governo – Motorola falou de “Como as soluções integradas estão revolucionando o futuro das missões críticas”; e Tom H. Jones, presidente da Research Electronics International – REI – Berkana abordou o tema “Vigilância ilegal: a evolução das ameaças com exemplos e casos reais”. O mediador foi o delegado federal Luciano Leiro, coordenador do Simpósio e vice-presidente da ADPF.
14h – No painel “Segurança Pública”, Cristiano Barbosa Sampaio, delegado de Polícia Federal, secretário de Segurança Pública do Tocantins e presidente do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública falou sobre “Os desafios tecnológicos e as oportunidades para a segurança pública”, assim como Anderson Gustavo Torres, delegado de Polícia Federal e secretário de Segurança Pública do Distrito Federal; Ricardo Carrion Mansano, executive industry Solution Manager – Huawei falou de “Segurança Pública na era da Inteligência Artificial”; e Humberto de Sá Garay, consultor em Inteligência Cibernética, Proteção e Privacidade de Dados – Dígitro apresentou a “Inteligência artificial aplicada à produção do conhecimento”. O mediador desse painel foi o delegado federal Luciano Leiro, coordenador do Simpósio e vice-presidente da ADPF.
16h – O painel “Sensoriamento remoto” teve como expositores Franco Perazzoni, delegado de Polícia Federal e especialista em Inteligência Geoespacial, falando de “Geotecnologias Aplicadas à Investigação Criminal e Segurança Pública”; Greison Moreira de Souza, coordenador de Informação Territorial e do Centro de Monitoramento Remoto da Fundação Nacional do índio (Funai), que abordou “O papel do Centro de Monitoramento Remoto (CMR) no apoio à proteção das Terras Indígenas”; e Leonardo Barros, diretor executivo – Hex Tecnologias Geoespaciais, que falou de “Tecnologia brasileira – Transformando dados de satélites em informações de valor para segurança e defesa do Brasil; e Esther Querat, gerente de Negócios – Airbus Defence and Space – Intelligence com o tema “Compreender, decidir e conectar: Imagens de satélites multi resoluções e sistemas inteligência como componentes estratégicos”. O mediador foi o delegado federal Luciano Leiro, coordenador do Simpósio e vice-presidente da ADPF.
Quarta-feira (21 de outubro de 2020)
9h – O terceiro e último dia do Simpósio começou com o painel “Crimes Cibernéticos” tendo como painelistas Alesandro Gonçalves Barreto, delegado de Polícia Civil e coordenador do Laboratório de Operações Cibernéticas do MJSP, com o tema “Importância da cooperação iniciativa privada x poder público, no enfrentamento à criminalidade cibernética”; Leidivino Natal da Silva, CEO – Stefanini Rafael falou da “Plataforma de fusão de dados para investigação criminal”; e Luiz Fernando Ferreira Martins, diretor de Segurança Institucional do Banco do Brasil S/A – Febraban – Federação Brasileira de Bancos falou de “Crimes Cibernéticos na era das Transações Instantâneas”. O mediador foi Edvandir Felix de Paiva, delegado de Polícia Federal e presidente da ADPF.
10h40 – Na sequência foi apresentado o painel “Smart Cities” com a participação de Gustavo Mendanha, prefeito de Aparecida de Goiânia, com o tema “Implementando uma cidade inteligente – Case de Aparecida de Goiânia”; Leonardo Souza, gerente executivo – Spectra mostrou “Soluções de segurança eletrônica e suas tendências”; e Igor Calvet, presidente da ABDI, falou de “Fronteira Tech”. Esse painel contou com a participação especial de Yossi Shelley, embaixador de Israel no Brasil. O delegado federal Luciano Leiro, coordenador do Simpósio e vice-presidente da ADPF foi o mediador.
14h – A programação da tarde começou com o painel “Sistema prisional” com os painelistas Tânia Maria Matos Ferreira Fogaça, delegada de Polícia Federal e diretora-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que abordou o tema “O desafio do sistema penitenciário federal”; Jônatas Maximilian Leite, diretor executivo – VMI falando de “Inspeção inteligente no sistema prisional brasileiro e seu impacto na segurança pública”; Sérgio Noé, Business Development Manager – Geosatis Latam falou de “Tecnologia a serviço da segurança pública e sistema penitenciário: Como contribuir para a reabilitação de infratores, usando precisão, qualidade e inovação suíças”; e Rogério Beltrão, sócio-diretor Comercial – Poly Defensor Indústria Química Ltda abordando “A nova geração de sprays não letais para os policiais do século XXI”. Nesse painel, o mediador foi Márcio Magno Carvalho Xavier, delegado de Polícia Federal e diretor de Inteligência do Depen.
16h – O penúltimo painel do terceiro e último dia foi para a apresentação dos projetos vencedores do Desafio InteSeg. Ele começou com Marco Antônio Costa Júnior, presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do DF, falando sobre “O papel da Fundação de Apoio à Pesquisa”. Depois foi a vez de Marcio R.E. Santo, fundador da SafeBand, abordando o tema “SafeBand, segurança ao alcance das mãos”. Marcos José Sarres de Almeida, CEO – GoLedger falou de “Solução GoBio – Identificação de pessoas em blockchain”. A Startup foi a vencedora do Desafio InteSeg. O mediador foi o delegado federal Luciano Leiro, coordenador do Simpósio e vice-presidente da ADPF.
17h15 – A programação foi encerrada com o painel “A mesma tecnologia que combate o crime, salva vidas!”. Nesse painel, apresentado pelos delegados federais Luciano Leiro e Edvandir Felix de Paiva, Yochay Manoff, vice-presidente – NSO, uma das três empresas israelenses participantes do Simpósio, citou o caso da tecnologia utilizada na tragédia de Brumadinho para o resgate das vítimas. Esse painel também contou com a participação especial de Yossi Shelley, embaixador de Israel no Brasil.