Com restrições orçamentárias, PF busca manter investigações
Dados da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) mostram que em 2014, no ano em que a operação Lava Jato foi deflagrada, a Polícia Federal reduziu os investimentos de obras e aquisição de equipamentos e as despesas totais.
Até 22 de dezembro, segundo ADPF, a PF investiu R$ 137,1 milhões, cerca de R$ 51 milhões a menos do que em 2013. Já as despesas gerais, que incluem os salários de funcionários, por exemplo, somaram R$ 4,4 bilhões.
Mesmo com restrições orçamentárias do último ano, levantamento da Polícia Federal mostra que a instituição bateu recorde, deflagrando 390 operações. Ao total foram 4474 buscas e apreensões, 1525 prisões preventivas, 555 temporárias e 693 em flagrante. Operações contra crimes financeiros e repressão a desvios de recursos públicos cresceu 91% nos últimos quatro anos.
Números indicam ainda que a PF apreendeu R$3.350.180.981,18 em bens e valores nas operações deflagradas em 2014. Esse valor é aproximadamente 50% do valor estimado (R$6.826.748.253,30) dos prejuízos causados pelos crimes investigados nas operações.
Em 2015, ano da operação Zelotes, até março, mês de aprovação do orçamento público da União, a Polícia Federal sofreu com as limitações impostas pela área econômica, quando só era possível gastar 1/18 da previsão orçamentária do órgão.
Para o presidente da ADPF, Marcos Leôncio Ribeiro, os policiais federais são recompensados com a confiança da população. “Nós temos superado as dificuldades orçamentárias e financeiras tais como o atraso no recebimento de diárias durante as operações policiais para cumprir com o nosso dever funcional de combate à corrupção. A recompensa é o reconhecimento demonstrado pela sociedade brasileira ao trabalho da instituição”, afirma o presidente.