Comissão discutirá entrada de óxi pela fronteira amazônica
A Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional realiza audiência pública hoje para discutir medidas para coibir a disseminação do oxi no País, a entrada da droga pelas fronteiras da Amazônia e a fiscalização na região. O debate foi proposto pelos deputados Marcio Bittar (PSDB-AC), Padre Ton (PT-RO) e Antônia Lúcia (PSC-AC).
O oxi, abreviação de oxidado, é uma mistura de cocaína, querosene, cal e permanganato de potássio. Em alguns casos, o querosene é substitutído por gasolina, diesel e até solução de bateria. Assim como o crack, o oxi é uma pedra para consumo em cachimbos improvisados. A diferença é que é mais barato e mata mais rápido.
A pedra tem 80% de cocaína, enquanto o crack não passa de 40%. O oxi veio da Bolívia e do Peru e entrou no País pelo Acre, a partir dos municípios de Brasiléia e Epitaciolândia. Hoje, já está em todos os estados da Região Norte, em Goiás, no Mato Grosso do Sul, no Distrito Federal, em alguns estados do Nordeste e também em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Cortes no orçamento
Os deputados também vão discutir os cortes no orçamento da Polícia Federal, anunciados pelo governo federal em fevereiro deste ano. Os parlamentares advertem que a redução das verbas prejudicará a fiscalização na região, estimulando a entrada de mais droga pelas fronteiras. Segundo a PF, o corte prejudicará não só a fiscalização do tráfico de drogas pelas fronteiras, mas também o contrabando de armas.
Marcio Bittar (PSDB-AC) adverte que o cenário é grave, pois, por um lado, tem-se a constatação da entrada no Brasil de uma droga tão nociva à saúde e, de outro, o anúncio de cortes no orçamento da Polícia Federal.
Convidados
Foram convidados para o debate:
– o presidente da Frente Parlamentar de Defesa da Família, senador Magno Malta (PR-ES);
– o delegado da Polícia Federal Oslain Campos Santana;
– o antropólogo e indigenista Paulo Clemente;
– o secretário especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza;
– a diretora-substituta do Departamento de Atenção à saúde Indígena da Funasa, Deurides Navega; e
– o presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Federal (Sindepol), Joel Zarpellon Mazo.