Confronto deixa índios e madeireiros feridos

17 de outubro de 2007 10:33

Mas estão confirmados a morte de um índio identificado como Tomé Guajajara, de 69 anos, e o ferimento a bala de mais quatro pessoas, sendo dois índios.

Antônio Guajajara disse que o tiroteio foi provocado por madeireiros da região, que tentaram resgatar a bala um caminhão carregado de madeira apreendido pelos índios enquanto passava pela aldeia. O motorista do veículo teria escapado na manhã de segunda-feira e arregimentado 17 pistoleiros na cidade de Cururupu.

Eles chegaram encapuzados e fortemente armados, atirando em todo mundo. Foi um verdadeiro ato de terrorismo disse Antônio Guajajara.

A Polícia Federal enviou uma equipe com 12 agentes fortemente armados, dois peritos e uma delegada ao local.

Ainda não podemos afirmar se foram madeireiros, brancos, negros ou mesmo os índios que chegaram atirando, pois estavam todos encapuzados disse Gustavo Gominho, superintendente da PF.

Estamos esperamos que nossa equipe chegue a um local onde haja sinal de celular, para que possamos ter as informações precisas disse.

A PF confirmou apenas informações repassadas pela Funai sobre a morte do índio e os quatro feridos no conflito. Antônio Guajajara, que passou o dia ontem na Funai em Imperatriz em busca de informações, fez contato com uma professora do município de Amarante, que foi ao local do conflito levar o caixão para enterrar o índio.

O clima no local ainda é tenso, e os feridos temem deixar a aldeia com medo de emboscadas, pois os madeireiros prometeram retornar avisou.

Trezentos e cinqüenta índios moram na Aldeia Lagoa Cumprida, que faz parte da reserva Araribóia, onde vivem cerca de sete mil e quinhentos Guajajaras. A reserva tem 413 mil hectares de terra e atinge quatro municípios do sul do Maranhão, onde uma das principais atividades econômica é a exploração da madeira.