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Copa LEI, o torneio jurídico entre mestres do futebol para além do direito

6 de abril de 2023 17:08

Um tradicional campeonato de futebol composto por profissionais do meio jurídico é realizado todos os anos no Rio Grande do Sul. O torneio recebe o nome de Copa LEI, acrônimo de Liga Esportiva da Integração das carreiras jurídicas, e é realizado desde 2014, quando iniciou.

Tudo partiu de uma ideia de integração entre as carreiras típicas de estado ao nível estadual, federal e municipal, um encontro entre profissionais fora de um ambiente de trabalho, para um âmbito mais acolhedor. Entre as entidades pioneiras deste evento estão o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), a magistratura federal e estadual, a Polícia Federal (PF), e a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPERS).

Desde o início do campeonato até hoje, só houveram dois anos em que não ocorreu, nos anos de 2020 e 2021, devido à Pandemia de Covid-19.

Os campeonatos se iniciam nos meses de março e abril e terminam no mês de novembro. Atualmente a liga está na 8ª edição e as nove instituições que participaram no ano anterior, com o Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCERS), com seus auditores do controle externo, a grande novidade deste ano, participarão do tornei de 2023.

Fazendo parte da liga estão os auditores do TCERS; o Ministério Público Federal; os juízes federais; os juízes estaduais; a Defensoria Pública do RS; a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); a Defensoria Pública da União (DPU), que faz parte do time da OAB; os advogados do município de Porto Alegre; a Polícia Federal (PF) e os delegados da polícia civil.

Até o ano de 2022, o torneio funcionava com todos jogando contra si, em média eram de oito a nove associações disputando. Os quatro primeiros classificados e a primeira colocação jogavam contra o quarto, e o segundo contra o terceiro. Após a grande final, os jogadores realizam um almoço de comemoração ao time vencedor, com todas as instituições presentes.

A PF participou no início do torneio, mas depois ficou um tempo afastada, o delegado que comandava a organização do time, Solon Ramos Cardoso se afastou, depois disso, o encarregado se tornou o delegado Sérgio Eduardo Busato. Porém, com a remoção do delegado para outros estados, ficando afastado por cinco anos do RS, a dificuldade para organizar o time aumentou, mas apesar do afastamento, Sérgio permaneceu participando do campeonato nos finais de semana em que voltava para o estado, para visitar a família. Durante às vezes em que Sérgio jogou, foi convidado pelo MPF, quando jogou pelo time nos anos de 2018 e 2019, já que a PF não teve equipe durante esses dois anos.

Para o delegado, “Essa foi uma oportunidade muito interessante de integração minha com os colegas procuradores, pude conhecer eles em um ambiente diferenciado, foi uma experiência muito positiva”, conta.

Sérgio explica que já são três edições em que a PF participa da Copa LEI. No ano de 2022 a instituição se classificou em quarto colocado e acabou perdendo na semifinal para a OAB que foi campeã do torneio do ano passado.

A 8ª edição do torneio deste ano é patrocinada pela Associação dos Delegados de Polícia Federal do Rio Grande do Sul (ADPF-RS) e pela OAB-RS em conjunto. A sede em que ocorre os jogos é cedida pela Juris, já a parte administrativa é fornecida pela Associação dos Delegados da Polícia Civil (ASDEP).

As dez instituições que participam da Copa Lei podem inscrever até 40 servidores, cada uma, e em regra participam todos os que possuem carreira jurídica. Existem certas exceções, como na PF, que podem inscrever outros servidores além de delegados. O time da PF atualmente possui representantes de todas as categorias, como peritos, agentes, escrivães e papiloscopistas. Essa é uma ressalva, já que nem todos os delegados jogam futebol e não seria possível montar um time com a quantidade existente de DPFs que jogam. Na Polícia Federal, entre os 35 inscritos, apenas 18 são delegados. Outra novidade, é que o goleiro do time é de fora da instituição.

Para o delegado Sérgio, a importância da liga se dá para além da natural disputa esportiva, para ele, “A parte de integração é fundamental, a gente tem uma grande possibilidade de encontrar colegas de trabalho que na rotina do dia a dia a gente não se cruza, mesmo trabalhando muitas vezes no mesmo prédio. O ambiente esportivo e descontraído proporciona esse encontro. Sempre procuramos promover após os jogos alguns churrascos com todos os integrantes da Copa Lei”, conta.

Ele explica que hoje em dia possui grandes amigos feitos durante os jogos da liga, amigos de outras instituições, além da PF.

Para o ano de 2023, Sérgio tem grandes expectativas para melhorar a colocação do time da PF que no ano passado ficou em 4.º lugar. Para ele, a esperança é decorrente do recente concurso e remoção de novos colegas, tendo assim uma equipe reformulada.