Copa: torcedores violentos e condenados por crimes sexuais serão impedidos de entrar no país

11 de junho de 2014 15:37

A Polícia Federal inclui no Sistema Nacional de Procurados e Impedidos os nomes de 2.100 barra bravas, torcedores argentinos condenados ou investigados por envolvimento em atos de violência em estádios de futebol. A polícia também ampliou a lista com os nomes de 700 pessoas condenadas por pedofilia e outros crimes sexuais e cujos nomes já constavam dos bancos de dados da Interpol. Os barra bravas serão impedidos de entrar no país e os condenados por crimes sexuais só poderão cruzar as fronteiras se não tiverem mais nenhuma pendência judicial contra eles.

A Polícia Federal queria também incluir na lista restritiva os nomes de hooligans, mas a polícia inglesa não quis passar as informações sobre estes torcedores para os colegas brasileiros. Ao invés de passar a lista dos torcedores condenados por violência, a polícia inglesa chamou para si a responsabilidade de impedir que eles deixem a Inglaterra rumo ao Brasil. Itália e Holanda também não forneceram informações sobre torcedores violentos. A Polícia Federal esperava ter acesso aos dados, mas entende que a questão depende de decisões de outras instituições.

– Essa é uma questão de soberania de cada país – afirmou o coordenador-geral de Polícia de Imigração, Luiz Cravo Dórea, depois da inauguração do Centro de Cooperação Internacional no complexo de prédios da Superintendência da PF em Brasília.

O Centro abrigará policiais dos 31 países classificados para a Copa e de mais seis outros países que, mesmo fora da competição, foram convidados a participar da parte internacional da estrutura de segurança dos jogos. A partir de 34 telões, os policiais brasileiros e estrangeiros poderão acompanhar imagens e receber informações de delegações e torcedores nos aeroportos, hotéis, estádios e ruas. Em caso de confusão, poderão acessar bancos de dados próprios e ajudar a polícia brasileira na identificação de torcedores de seus países.

As equipes estrangeiras são formadas em média por sete policiais. Três deverão fazer rodizio em frente aos telões do Centro de Cooperação. Os outros terão como missão acompanhar torcidas nos estádios. Os policiais deverão usar os uniformes de trabalho de seus países de origem. Eles não poderão prender torcedores. Mas, se considerarem importante, deverão acionar policiais seguranças e policiais brasileiros para evitar ou conter algum tipo de violência nas arquibancadas.

A PF ofereceu hospedagem padrão três estrelas e ajuda para alimentação no valor de US$ 45 aos policiais estrangeiros. Além dos 31 países da Copa, foram chamados para compor a estrutura de segurança internacional representantes do Peru, Venezuela, Angola, Moçambique, Catar e Tanzânia. O Catar mandou representantes porque será o país sede da próxima Copa. Os demais são considerados estratégicos para a geopolítica internacional da PF.