Corrupção sistêmica reaviva debate acerca da autonomia da Polícia Federal

8 de junho de 2016 14:05

O trabalho dos delegados de Polícia Federal, promotores e juízes, revela que o governo brasileiro está em meio ao maior caso de corrupção já registrado na República. O país acordou, nesta terça-feira 97), com a notícia do pedido de prisão do ex-presidente da República, José Sarney, do presidente do Senado, Renan Calheiros, do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha e do senador e ex-ministro do Planejamento do governo Temer, Romero Jucá.

O pedido de prisão dos políticos, todos do PMDB, foi realizado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF. Para a delegada de Polícia Federal e integrante da equipe de investigadores da Lava Jato, Erika Marena, o país está sofrendo com corrupção sistêmica.

De acordo com Erika Marena, o combate à corrupção realmente tem que ser nossa prioridade. Ela ressalta que o que nós vemos hoje, que foi revelado principalmente com essas últimas grandes operações da Polícia Federal notadamente com a operação Lava Jato, foi que nós temos uma corrupção sistêmica entranhada no nosso meio político, que o jeito de fazer política é com corrupção.

Investir no combate à corrupção é você investir na melhoria das outras áreas, na área da Saúde, da Educação, da Segurança”, diz a delegada.

De acordo com os delegados de Polícia Federal, o combate ao crime organizado e a corrupção pode ser mais forte no país com a aprovação da autonomia administrativa e orçamentária da PF, no Congresso Nacional.

No entendimento dos defensores da autonomia da PF, ao se tornar autônoma, a Polícia Federal vai poder investir os recursos destinados para a corporação de forma objetiva, sem que o dinheiro seja bloqueado por decisão política do governo, entre outros. A delegada Erika Marena lembra que, a aprovação da autonomia é uma necessidade urgente da sociedade e necessária para o combate a corrupção.

“A PEC 412, eu diria hoje, é a principal esperança da polícia no combate a criminalidade. Nós vimos aí, nos últimos anos, um decréscimo nos nossos recursos. Isso é uma polícia que vai se enfraquecendo na sua capacidade de combate o crime. Com a PEC 412, nós esperamos poder efetivamente estabelecer prioridades podendo destinar e ter previsão desses recursos para atender essas nossas prioridades”, afirma a delegada.

A autonomia administrativa e orçamentária da Polícia Federal, prevista na PEC 412 aguarda para ser votada na comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Além disso, os delegados da PF esperam que o presidente em exercício, Michel Temer, nomeie o novo diretor-geral da instituição por meio da lista tríplice eleita no começo do mês. Entre os três nomes da lista está o da delegada Erika Marena.

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