Cortes chegam ao setor de passaportes

27 de junho de 2011 12:13

Confusão nos aeroportos, filas intermináveis, prazos de mais de 45 dias de espera. Os cortes no orçamento da Polícia Federal chegaram ao setor de passaportes, que vive à beira do caos. Dados da PF apontam que houve um aumento de 40% na emissão de passaportes no Brasil em 2011, no entanto, faltam servidores para a demanda e a área tecnológica da Polícia Federal não consegue acompanhar o crescimento.

Para cortar gastos, a presidente Dilma Rousseff reduziu o orçamento dos órgãos federais e suspendeu novos concursos públicos. Resultado: só a Polícia Federal deixou de receber 1.352 funcionários, ou seja, uma drástica redução de mão-de-obra em um período que antecede eventos mundiais, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

O presidente em exercício da ADPF, Bolivar Steinmetz, ressalta que a ideia de ampliar para 10 anos a validade do passaporte é apenas um paliativo para a crescente demanda, o que não descarta a necessidade de novos investimentos. “Se não houver investimento contínuo na área tecnológica da PF corremos o risco de outros problemas, inclusive, com a queda do sistema de expedição dos passaportes”, alerta o presidente.

A contratação de empresas terceirizadas não é a solução para a melhoria no sistema de passaportes, nem ao caos vivido nos aeroportos. A reestruturação e a valorização da carreira administrativa da Polícia Federal associadas à inovação tecnológica são fundamentais.

A ADPF continua alerta para as consequências dos cortes no orçamento da Polícia Federal e ressalta que a situação geral é preocupante, sobretudo, diante da lentidão do governo quanto ao atendimento dos projetos de modernização institucional e ações para a reestruturação do órgão.

Cortes Orçamentários

Os cortes já obrigaram a PF a reduzir em 35% suas despesas, em relação ao ano passado, com deslocamentos de policiais em operações, afetando, assim, a fiscalização em regiões de fronteiras e as ações de combate ao narcotráfico e contrabando de armas. O problema também paralisou as negociações pela reestruturação da carreira policial e já ameaça  o andamento dos preparativos relacionados à segurança pública para a Copa do Mundo de 2014.