CPI quer inquérito sobre vazamento de caixa-preta
Cunha também encaminhou ofício ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), cobrando investigações sobre o vazamento. O deputado acredita que as informações sigilosas só podem ter sido divulgadas antes da CPI torná-las públicas por integrantes do governo federal ou da própria Aeronáutica.
Nesta quinta-feira, integrantes das CPIs da Câmara e do Senado trocaram acusações sobre o sigilo das informações. O relator da CPI do Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), afirmou que o Congresso deveria manter os diálogos sob sigilo, como determina a legislação internacional do setor aéreo.
Sem citar diretamente os deputados, Demóstenes afirmou que a divulgação dos diálogos configura quebra de decoro parlamentar. “A hipótese mais plausível é a quebra de decoro. O parlamentar deveria perder o seu mandato”, defendeu.
Irritado com as críticas dos senadores, o presidente interino da CPI da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que a comissão tem autonomia para revelar o conteúdo das transcrições, uma vez que elas já haviam sido divulgadas pela imprensa. “Foi um desrespeito a quem estava trabalhando durante o recesso, enquanto outros estavam de férias, como a CPI do Senado. A Anac teve os seus diretores aprovados pelo Senado. Nem por isso estamos pedindo a renúncia de qualquer senador”.