Credit Suisse nega envolvimento em esquemas ilegais

9 de novembro de 2007 10:37

O Credit Suisse Brasil divulgou nota oficial ontem em que “nega veementemente as alegações que têm sido veiculadas na mídia local de que o banco estaria envolvido em esquemas ilegais”. A operação Kaspar II prendeu 20 pessoas, entre elas, executivos, doleiros e funcionários de instituições financeiras, sob a suspeita de sonegação de R$ 1 bilhão. Em nota o Credit Suisse informou que “adota os mais altos padrões éticos e segue diretrizes rigorosas de compliance que proíbem qualquer contato com doleiros”. E complementou dizendo que “o banco reitera que se defenderá de maneira vigorosa contra essas alegações”.

Na última quarta-feira, o UBS também divulgou nota em que esclarece que “não tem conhecimento de ser objeto de qualquer investigação no Brasil”. E que está em contato com as autoridades brasileiras, “uma vez que o fato envolve um funcionário da instituição”. De acordo com a nota, um de seus funcionários, baseado na Suíça, foi preso em uma operação conduzida pela Polícia Federal do Brasil. “O UBS tem claras diretrizes vigentes para assegurar o cumprimento das leis e regulamentações. Os negócios do UBS Pactual e seus profissionais não estão envolvidos nesta questão.”

A operação Kaspar II foi desencadeada na última terça-feira e levou à prisão de 20 pessoas, todas são investigadas por intermediar o envio ilegal de recursos para a Suíça por meio do chamado “dólar-cabo”, um sistema de compensação entre dois países. O doleiro deposita o valor que tem disponível em dólares em uma conta numerada e codificada em banco na Suíça. Esse dinheiro ficava nas contas suíças ou retornava ao País através de mercadorias subfaturadas, segundo a PF. Assim, não havia transferência física entre os países.

Além do executivo do UBS, estão presos, segundo informações extra-oficiais, funcionários do Clariden, braço do Credit Suisse, e AIG. Outras empresas como a Le Postiche e Ornare também estariam envolvidas. Agora, segundo a Polícia Federal, começa a fase de arrecadar o material apreendido, fazer a análise dos documentos para formar um conjunto de provas suficientes para que o Ministério Público, se entender conveniente, inicie a ação penal contra os envolvidos.

A operação Kaspar II, da PF, prendeu na última terça-feira 20 pessoas sob a suspeita de sonegação de R$ 1 bilhão