Cresce apreensão de drogas nos aeroportos internacionais de SP e RJ

23 de outubro de 2014 10:42

Aumenta a preocupação com o tráfico de drogas nos dois maiores aeroportos internacionais do Brasil. As prisões de traficantes no Aeroporto Tom Jobim, no Rio, já superam os números do ano passado inteiro. A maioria desses presos é de estrangeiros que tentam driblar a fiscalização a caminho da Europa.

Não é o tamanho da mala que levanta suspeita. A rota escolhida pelo suposto turista pode dar alguma pista aos policiais. Mas a maior parte da cocaína é descoberta no aeroporto internacional do Rio pelo raio-x.

Faltam mais de dois meses para o fim do ano e o número de apreensões da droga já é 20% maior do que o registrado em 2013. Segundo a Polícia Federal, foram 85 quilos entre janeiro e setembro.

O número de presos também supera o do ano passado. Até setembro, foram 18. A maioria, 11 deles, é estrangeira. O principal destino desses traficantes era Lisboa, capital de Portugal. O último caso foi o de uma estudante tailandesa, de 22 anos. Ela foi flagrada quando tentava embarcar para a Rússia com quase quatro quilos de cocaína.

O Rio é um dos principais pontos de remessa de drogas para Europa. E, de acordo com a Polícia Federal, Guarulhos, em São Paulo, é o aeroporto com maior volume de apreensões no mundo. No ano passado, mais de 1 tonelada de cocaína.

É não é só dentro de malas que os traficantes internacionais fazem o transporte. Em alguns casos, eles arriscam a própria vida. Na semana passada, o espanhol Nestor Diaz Lopez, de 45 anos, morreu em um voo que saiu de Lima, no Peru, com destino a São Paulo. Ele levava meio quilo de cocaína no estômago. Cápsulas se romperam durante a viagem.

Quando o serviço de inteligência da Polícia Federal consegue informações importantes, a equipe ganha reforço. Cães farejadores podem indicar onde existe droga escondida.

Ficar parado é a reação do animal diante de uma suspeita. A mala só pode ser aberta na presença do dono.

“Esse ano a gente já apreendeu no Galeão maconha em forma de biscoito. A cada dia, o traficante tenta de formas diferentes fazer com que a passagem da droga seja efetuada”, afirma Antônio Carlos Beaubrum Junior, delegado da Polícia Federal.