Foto: Arquivo/ADPF

Dedicação, liderança e alegria marcam a trajetória do eterno Bolivar Steinmetz

22 de maio de 2024 17:50

Faz uma semana desde que a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal perdeu, aos 84 anos, um ícone associativo, o delegado de Polícia Federal aposentado Bolivar Steinmetz, que faleceu no dia 14 de maio. O DPF foi um dos sócios-fundadores da ADPF.

Natural de Osório/RS, Dr. Bolivar, como era conhecido, formou-se em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (Ceub) e ingressou na Polícia Federal em novembro de 1961. Em 1976, tornou-se delegado de Polícia Federal pela Academia Nacional de Polícia (ANP), vindo a exercer suas atividades na antiga Divisão de Polícia Marítima, Aérea e de Fronteiras (DPMAF), onde se aposentou em 1984. Após isso, assumiu como diretor na Divisão de Estrangeiros do Ministério da Justiça por um ano e seis meses. Steinmetz também exerceu funções como agente auxiliar, chefe da PF de investigação, chefe da Polícia Marítima e, por último, subdelegado.

Sua carreira associativista começou em 2 de dezembro de 1976, quando se tornou um dos sócios-fundadores da Entidade. Tempos depois, Bolivar se tornou presidente da ADPF, onde atuou durante cinco mandatos: de março de 1985 a março de 1987; de abril de 1995 a abril de 2004; e de fevereiro de 2011 a abril de 2012, no último, atuou como vice-presidente, respondendo pela presidência. Ele também foi diretor de aposentados da entidade por quase uma década e também coordenador do Coral da associação.

O delegado também era engajado em causas sociais e utilizava o Coral da ADPF para realizar diversas iniciativas, como campanhas de agasalho; apresentações em Lares de Idosos; festa de Natal da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace); também participou das arrecadações de brinquedos para a festa em comemoração ao Dia da Criança, no Hospital da Criança de Brasília José Alencar; entres outras inúmeras. As apresentações nas instituições eram sempre voltadas para a arrecadação de donativos.

Bolivar era querido por todos que o conheciam. Uma das coralistas participantes do Coral da ADPF, Marta Janeth Pantuzo, conta que a perda será muito sentida, “É uma perda não só para os delegados, mas como para toda a sociedade. O Dr. Bolivar era a essência do nosso coral, ele acolhia, brincava e puxava a orelha. O que me acalenta é saber que ele deixou uma linda família, com bons exemplos e um bom legado para os delegados de Polícia Federal”, cita.

A maestrina Claudia da Silva Costa, professora da escola de música da Universidade de Brasília (UnB) e responsável por reger o coral, explica que a liderança de Steinmetz sempre foi muito positiva e acolhedora, “Nós perdemos um líder, não só do coral, mas de toda a Polícia Federal. É uma perda profunda que deixa uma lacuna. Hoje não temos líderes como ele, presentes e amorosos”, conta.

Dr. Bolivar e a maestrina Claudia da Silva na Cantata de Natal da associação. Foto: Arquivo/ADPF

Para muitos que tiveram contato com o delegado, o que fica é a saudade e a consciência que tiveram com ele uma presença muito positiva.

O delegado de Polícia Federal e atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, conta que o Bolivar e a ADPF se confundem, “A associação não existiria sem o Bolivar, e a vida dele era a família e a ADPF. Ele tinha uma qualidade muito bonita de ser um agregador, trouxe diversas gerações para a associação. Foi presidente várias vezes e sempre com o espírito de trazer pessoas e agregar, e sempre tratando com gentileza. Ele é o cara e a cara da ADPF”, explica. Ele completa dizendo que em toda a trajetória da associação, Steinmetz sempre esteve presente. 

Presidente da ADPF, vice, delegados de Polícia Federal e ex-presidentes da ADPF no velório do Dr. Bolivar. Foto: ADPF

Para o delegado de Polícia Federal e diretor de Polícia Administrativa da PF, Rodrigo Teixeira, Bolivar Steinmetz sempre carregava a alegria e energia em falar pela ADPF, “Eu me recordo quando estava há 25 anos no curso de formação da Academia Nacional de Polícia e o Dr. Bolivar foi nos visitar. Ele chegou com um Chapéu Panamá e aquela barba dele, com aquele carisma dele, que é um carisma diferenciado, e nós olhamos e vimos aquele senhor. Na época, ele já era um senhor, e nós vimos aquela vontade e a alegria que ele tinha em falar pela ADPF. A associação é hoje grande como é graças ao pilar que nós tivemos, que foi o Bolivar”, expõe.

O presidente da ADPF, Luciano Leiro, conta que Bolivar é a base da ADPF e agradece por toda sua contribuição, “Temos enorme gratidão por toda sua dedicação na defesa dos delegados federais”, cita.

Nas palavras do vice-presidente da ADPF e diretor da Regional DF, Allan Dias, “Ele é a verdadeira representação da ADPF! Sentiremos imensa saudade da sua presença e de seu compromisso com a associação. Perdemos uma pessoa ímpar!”, registra.

A ADPF expressa sua gratidão pela trajetória de doação e dedicação do nosso eterno presidente.