Delegado Federal da Lava Jato fala sobre colheita de provas e colaboração premiada
O Delegado Federal Márcio Anselmo, um dos principais nomes da Operação Lava Jato, deu entrevista à Folha de S. Paulo, publicado nesta segunda-feira (10/10). Na publicação, o delegado ressalta a dificuldade de haver provas diretas em casos de corrupção e lavagem de dinheiro e da importância do conjunto de indícios para incriminar alguém.
Segundo Anselmo, responsável pelos inquéritos que investigam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há um "conjunto gigantesco" de provas na operação, protegido por lei, que prevê o uso das chamadas provas indiciárias no processo.
Para ele, os indícios constituem importante ferramenta para chegar aos devidos responsáveis pelos crimes. “Ninguém vai assinar um recibo da corrupção. Nunca vai ter uma prova desse tipo. Você tem que formar um conjunto de indícios. Essa é a regra, principalmente em casos de corrupção e lavagem de dinheiro, que são crimes mais difíceis de provar”, argumenta.
Ainda sobre as provas indiciárias, o delegado explica: “A prova indiciária sempre existiu, desde que existe direito penal. A própria lei autoriza o uso. Não é algo que surgiu na Lava Jato. Aquela frase ["não temos prova, mas temos convicção" ] nem sequer foi dita. Fizeram um jogo de palavras para tentar desconstruir, mas há um conjunto de provas indiciárias gigantesco”, informou o delegado.
Leia a íntegra da entrevista na Folha de S. Paulo: http://bit.ly/2dOr2Hv